Cada pessoa pôde votar em três de 14 nomes da história e da cultura afrobrasileira.
Os escolhidos para serem homenageados são:
- Mãe Sylvia de Oxalá, ialorixá candomblecista (termo para mãe de santo, aquela de rege um terreiro);
- Elza Soares, cantora;
- Chaguinhas, cabo condenado à morte que inspirou o nome de Liberdade ao bairro do centro paulistano;
- Lélia González, filósofa e escritora;
- Milton Santos, geógrafo.
"Os nomes de Milton Santos e Lélia González são importantes porque talvez apontem para um amadurecimento da nossa sociedade ao discutir e reconhecer o racismo e a pobreza como problemas que se perpetuam e que precisam ser enfrentados", afirma o historiador Francisco Phelipe Cunha Paz, doutorando em História pela Unicamp e especialista em Patrimônio Cultural e Memórias da Escravidão.
"Em outra perspectiva, o nome da Mãe Sylvia também é particularmente importante. Ela foi uma importante líder religiosa ao comandar o terreiro Axé Ilê Obá, primeiro espaço de candomblé tombado pelo Condephaat", opina.
Nos últimos dois anos, estátuas de personalidades negras foram inauguradas na cidade. Na Liberdade, foi instalada uma obra em homenagem à Madrinha Eunice, que fundou, na década de 1930, a mais antiga escola de samba ainda em operação em São Paulo, a Lavapés.
Estavam na lista da votação, também, nomes como de Abdias do Nascimento, Grande Otelo, Mussum, Dandara, Ruth de Souza, Tereza de Benguela, Laudelina de Campos Melo, Iracema de Almeida e os irmãos Rebouças.
Os locais onde as esculturas serão instaladas devem ser divulgados "em breve" nos canais oficiais da Secretaria Municipal de Cultura. A capital passará a ter 15 estátuas que homenageiam pessoas negras.
"Das 390 obras, no acervo de esculturas públicas da cidade, apenas cinco homenageavam pessoas negras", afirma a secretária municipal de cultura Aline Torres. "Entre 2021 e 2022, inauguramos mais cinco estátuas e, com esta consulta, estamos muito felizes porque pudemos escolher outras cinco homenagens a personalidades que as pessoas se identificam", diz.
Nos últimos dois anos, as personalidades negras que ganharam estátua em São Paulo foram:
- Adhemar Ferreira da Silva, primeiro atleta sul-americano bicampeão olímpico em eventos individuais;
- Carolina Maria de Jesus, escritora;
- Deolinda Madre (Madrinha Eunice), sambista e pioneira do carnaval paulistano;
- Geraldo Filme, compositor, cantor e militante negro;
- Itamar Assumpção, cantor e compositor.
Este conteúdo foi produzido em parceria com integrantes da Rede de Historiadorxs Negrxs.