A prefeitura de São Paulo premia nesta terça-feira, 20, os melhores motoristas de ônibus da cidade. Serão homenageados os profissionais que se destacam no atendimento aos passageiros. A iniciativa é parte da semana nacional de trânsito que, este ano, alerta para um cenário preocupante, o uso de drogas por trabalhadores do transporte de passageiros. Um transporte de passageiros. Segundo o levantamento da Associação Brasileira de Toxicologia, de cada 10 laudos positivos em exames para verificar o uso entorpecentes, seis são registrados entre condutores de ônibus e vans. Foram 111 mil resultados dos motoristas da categoria D, habilitados para dirigir vans e ônibus. Enquanto isso, 81 mil confirmações eram de profissionais das categorias C e E, que podem conduzir caminhões e carretas.
O coordenador do projeto SOS Estradas, Rodolfo Rizzotto, diz que o resultado revela uma situação dramática: “Quando a gente compara, por exemplo, com a operação Lei Seca, nós estamos falando em 80 vezes mais laudos positivos de exame toxicológico de larga janela, que o indivíduo paga, indo ao laboratório, para ter um laudo positivo do que dos condutores da categoria B, que dirigem ônibus e vans testados para álcool em todas as operações de Lei Seca no país. Isso não significa que tenha mais gente que usa droga do que usa álcool na direção de categorias D ou C e E. Na realidade, é que é muito complexa a fiscalização de veículos pesados ou veículos de passageiros, com operações como a operação da Lei Seca”, pontua.
O exame toxicológico de larga janela, feito a cada 90 dias, é obrigatório aos motoristas de categoria C, D e E desde 2016. Por meio da coleta de pelos, unhas ou cabelos, é possível chegar ao resultado. Nesse período, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina registraram a maioria dos motoristas flagrados no exame toxicológico. Rodolfo Rizzotto alerta para o reflexo desse endurecimento na lei no mercado de trabalho. “Hoje, nós deveríamos ter quatro milhões a mais de condutores nessas categorias, porque nós temos, mas, provavelmente, a grande maioria deles sumiu do mercado porque não passaria no exame, tanto que nós tínhamos 13,5 milhões, aproximadamente, de condutores C, D e E em dezembro de 2015 e, atualmente, nós temos em torno de 11 milhões de condutores dessas categorias, gente que sumiu do mercado, fora o crescimento natural que deveria ocorrer”, explica.
*Com informações do repórter Victor Hugo Salina