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Jornal da Manhã

Ex-secretário da Fazenda de SP aponta que taxa básica de juros deve chegar até 9% em 2024

O Ibovespa terminou a sessão desta segunda-feira, 18, em seu maior patamar histórico.


Foto: Reprodução internet

O Ibovespa terminou a sessão desta segunda-feira, 18, em seu maior patamar histórico. O índice da bolsa de valores brasileira teve alta de 0,68%, chegando aos 131.083 pontos. O bom desempenho foi puxado pelo crescimento das ações da Petrobras e vem na esteira de um ano com resultados econômicos positivos, como crescimento esperado de 3% e manutenção do ciclo de quedas na taxa básica de juros (Selic). Para analisar este cenário, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o economista-chefe da Warren Rena e ex-secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, Felipe Salto, que elogiou o trabalho do Banco Central (BC) e falou das expectativas para 2024: “O Banco Central tem feito o seu trabalho em uma área que nós temos tido sucesso desde 1999, quando foi instituído o regime de metas para a inflação, com autonomia operacional do BC para fixar a taxa de juros (…) Isso vem sendo feito com sucesso (…) Estamos em um momento de afrouxamento, redução da taxa Selic. Assim deve continuar até o final do ano que vem. A gente espera que a Selic atinja 9% até o final do ano que vem”. O ex-secretário aponta para um cenário de otimismo na economia que tem surpreendido economistas e analistas.

“Estamos vendo um cenário de inflação controlada combinada com um quadro de crescimento econômico que tem superado as estimativas de todos os economistas praticamente. Vamos encerrar 2023 com uma taxa de crescimento econômico, do PIB, próxima de 3% e a inflação, pelas projeções da Warren, em torno de 4,4%, até em um patamar mais baixo do que a indicação do Boletim Focus, que traz um apanhado das projeções dos agentes do mercado financeiro (…) Até o momento, o ministro Fernando Haddad tem conseguido executar um plano na área da responsabilidade fiscal, com o novo arcabouço fiscal. Mas o desafio é muito grande”, declarou Salto. Para o economista, o atual ministro da Fazenda vai ter desafios para cumprir seus planos econômicos: “Por exemplo, para o ano que vem, primeiro ano do arcabouço, a meta é zerar o déficit público, então aperta o cinto, que é o limite para gastar (…) É um plano de voo bem construído, mas ele vai precisar ser bem executado. O Brasil é pródigo em criar regra, mas não é pródigo em cumprir. Nós temos que executar esse plano de voo”.

O ex-secretário da Fazenda de São Paulo ainda elogiou as medidas encampadas por Haddad para combater benefícios fiscais e aumentar a arrecadação: “Claro que parte do empresariado não gosta e parte entende que é importante, mas essas benesses fiscais e renúncias tributárias têm que ser combatidas (…) O ministro Haddad fez um bom primeiro ano, um excelente primeiro ano, mas o grande desafio agora vai ser segurar as bombas que vão surgir e desarmar as que estão armadas”. Salto ainda elogiou a aprovação da MP das Subvenções na Câmara, medida que agora segue para o Senado: “Vão haver questionamentos na Justiça, mas é o que nós temos dentro do programa de recuperação de receitas. Acho que a medida no geral é positiva dentro desse pacote de recuperação de arrecadação. Nós temos R$ 500 bilhões em renúncias tributárias, dinheiro deixado sobre a mesa, que não é arrecadado, poderia financiar políticas e não financia porque a gente optou, ao longo de décadas, por conceder regimes especiais, incentivos, isenções e desonerações”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.

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