Elon Musk questiona responsabilidade do X após Janja dizer que vai processar plataforma
O empresário Elon Musk, proprietário do X (antigo Twitter), fez uma ironia em relação a uma postagem na rede social que mencionava o ataque hacker sofrido pela primeira-dama, Janja da Silva, na semana passada. Após Janja afirmar que irá processar a plataforma e mencionar que Musk ficou “muito mais milionário” com os ataques contra ela, o bilionário questionou a responsabilidade do X, dizendo que “não está claro como alguém adivinhar a senha do e-mail dela é nossa responsabilidade”.
Durante a live semanal “Conversa com o presidente”, a primeira-dama anunciou que irá processar o Twitter por demorar para congelar sua conta na rede social após a detecção do ataque cibernético. As mensagens do hacker começaram a ser publicadas por volta das 21h30 do dia 11 de dezembro e desapareceram por volta das 22h45.
Janja expressou sua frustração com a dificuldade de fazer com que o Twitter congelasse sua conta, afirmando: “Eu não sei nem onde processar, se eu processo no Brasil, se processo nos Estados Unidos, porque processá-los eu vou, de alguma forma. ( ) Foi tão difícil que o Twitter derrubasse, congelasse minha conta”. Durante a live, ela também criticou Elon Musk, dono da plataforma, mencionando que ele ficou mais rico com o ataque e ressaltou a importância de discutir a monetização das redes sociais.
Após a manifestação da primeira-dama na live, parlamentares da oposição fizeram críticas e ironias. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) compartilhou o trecho do vídeo de Janja em sua conta no X e marcou Musk, dizendo que se ele está mais rico hoje, é graças a ela. Já o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) repercutiu o vídeo afirmando que Janja deseja regular as redes sociais e acrescentou que isso pode se tornar um instrumento de censura aos opositores do governo.
Durante a live desta terça-feira, o presidente Lula também defendeu a regularização das redes sociais, mas ressaltou que fazer isso sem censura é um desafio. Ele comentou que é necessário uma regularização séria não apenas para um país, mas para o mundo, citando a União Europeia como exemplo. O ataque à conta da primeira-dama reacendeu a discussão sobre o Projeto de Lei das Fake News no Congresso, que está parado desde maio deste ano após ser retirado da pauta de votações da Câmara dos Deputados por Arthur Lira (PP-AL), como reportado pelo Estadão.