O fluxo financeiro das organizações criminosas precisa ser investigado. Pelo menos é o que diz o ex-deputado federal Paulo Gamine, durante entervista ao Jornal Jovem Pan nesta segunda-feira, 25. Neste domingo, 24, o miliciano Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, se entregou à Polícia Federal (PF). Zinho era considerado o miliciano mais procurado do Rio de Janeiro. Para Gamine, que presidiu a Comissão de Segurança na Câmara dos Deputados, dificultar a movimentação do dinheiro das organizações criminosas iriam provocar o desinteresse na prática criminosa. “Não dá pra pensar em segurança pública sem pensar em ir atrás do fluxo financeiro que as organizações criminosas movimentam. Isso passa por essa operação também. Entender como elas fazem para movimentar esse dinheiro. São empresas? São grupos que movimentam esse dinheiro e fazem a lavagem desse dinheiro? Só quando começar a cercar isso e fazer com que eles tenham mais dificuldade para movimentar esse dinheiro, é o que intersse pelas atividades criminosas vão reduzir”, disse Gamine.
O fato de Zinho ter se entregado e o momento em que isso ocorreu também intrigou Gamine. “Causou estranheza o fato dele ter se entregado. precisamos entender o que está por trás . A briga pelo controle da milícia e outras questões, como jogo do bicho, tráfico de drogas, no RJ. É algo que já matou muita gente entre eles mesmo e faz com que a gente queira entender: por que isso acontece neste momento? É um momento que ele viu que traria mais tranquilidade para ele mesmo ou realmente viu que o cerco estava acontecendo e que seria melhor se entregar e chegar em algum acordo?”, questionou. Zinho foi transferido para a a Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, conhecida como Bangu 1, de segurança máxima. Ele assumiu a liderança da maior milícia do Estado após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, durante uma operação da Polícia Civil em 2021. Nas últimas semanas, a caça a Luiz Antônio da Silva Braga foi intensificada devido ao maior ataque a ônibus já registrado na cidade do Rio de Janeiro, que teria sido uma represália à morte de seu sobrinho, conhecido como Faustão. Na semana passada, o nome de Zinho voltou a ganhar destaque na mídia após uma investigação da Polícia Federal revelar uma ligação entre seu grupo e a deputada estadual Lucinha. Segundo as investigações, a parlamentar era chamada de "madrinha" pelos milicianos em trocas de mensagens e teria atuado para atender aos interesses da milícia.