O deputado estadual Neno Razuk (PL), investigado na Operação Successione, pode escapar de uma eventual condenação da Justiça. Por maioria (6 a 5), o Supremo Tribunal Federal (STF) estendeu a 1.059 deputados estaduais as imunidades já garantidas aos 584 parlamentares federais. Com isso, deputados já não podem ser presos, a não ser em flagrante e por crime inafiançável.
Ainda que os deputados sejam sentenciados, a prisão dependerá de prévia autorização da Assembleia Legislativa. O benefício do foro privilegiado é concedido para, aproximadamente, 55 mil funcionários dos Três Poderes no País.
Em 2021, Jamilson Name contou com votos de deputados para suspender um processo contra ele, também por exploração do jogo do bicho. Por 12 votos a 4, os deputados estaduais aprovaram ofício que suspendeu o processo contra Jamilson, enquanto ele fosse parlamentar. Entretanto, o juiz Roberto Ferreira Filho rejeitou o ofício, decidindo pela continuidade do processo.
Pedido de prisão
O Ministério Público Estadual chegou a solicitar a prisão de Neno Razuk durante investigação da Successione, mas o juiz Robson Celeste Candeloro não autorizou, levando em consideração a imunidade parlamentar.
O Gaeco, com apoio do Garras, tenta combater uma organização criminosa responsável por diversos roubos praticados mediante o emprego de arma de fogo e em concurso de agentes, em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande/MS.Segundo a investigação, tudo no contexto de disputa pelo monopólio do jogo do bicho local.
As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem grave penetração nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade.
O deputado Neno Razuk nega envolvimento com o caso. "Se querem procurar, deveriam procurar em outro lugar. Meu trabalho em Campo Grande é político, e social. Espero o desenrolar da operação para saber realmente o que está acontecendo", ponderou. O deputado ainda criticou as operações que acontecem e depois acabam revelando que as pessoas eram inocentes, mas sem a mesma repercussão.
Foto: Luciana Nassar/Assembleia