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Daniel Noboa

Fuga de líder criminoso no Equador desencadeia onda de violência; entenda

O Equador entrou em estado de exceção nesta terça-feira, 9, após a fuga do líder da maior quadrilha de narcotráfico do país, da Prisão Regional de Guayaquil.


O Equador entrou em estado de exceção nesta terça-feira, 9, após a fuga do líder da maior quadrilha de narcotráfico do país, da Prisão Regional de Guayaquil. Em apenas 48 horas, houve o sequestro de sete policiais, tumultos em presídios, ataques com explosivos nas ruas e em uma universidade, além da invasão de um estúdio de televisão. Esta é a primeira crise enfrentada pelo presidente do Equador, Daniel Noboa.

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A fuga de José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, acendeu a fagulha da crise. Fito é líder da facção Los Choneros, a maior facção do Equador, e é considerado o criminoso mais perigoso do país. Ele fugiu horas antes de uma operação de revista no presídio onde cumpria pena. O Ministério Público abriu uma investigação e três mil homens foram mobilizados para capturar o fugitivo, cujo paradeiro ainda é desconhecido. Para facilitar o trabalho das Forças Armadas, o governo de Noboa decretou estado de exceção em todo o país. A medida inclui um toque de recolher obrigatório de 23h às 5h para a população. Mesmo com essa medida, sete policiais foram sequestrados e ocorreram explosões contra uma delegacia, a casa do presidente do Tribunal Nacional e veículos incendiados.

Na tarde desta terça-feira, bandidos armados que invadiram um estúdio da rede de televisão TC foram capturados pela polícia local. Durante a ação, funcionários foram rendidos. Pelas redes sociais, o secretário-geral de Comunicações da Presidência do Equador, Roberto Izurieta Canova, afirmou que “nosso primeiro objetivo é proteger a vida do pessoal que ainda está nas instalações” e que “a grande maioria dos funcionários já foi liberta”. Na Universidade de Guayaquil, criminosos também invadiram o campus e renderam estudantes. A imprensa local e internautas repercurtiram as imagens nas redes sociais, as quais mostram jovens desesperados.

Noboa, que assumiu em novembro, é o presidente mais jovem da História do Equador. Ele chegou ao poder com a promessa de reprimir os grupos de tráfico de drogas ligados aos cartéis colombianos e mexicanos. No entanto, desde então, os homicídios quadruplicaram e atingiram 26 por cada 100 mil habitantes. Além disso, nesta terça-feira, as autoridades relataram a fuga de outro líder do tráfico, Fabricio Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, preso por sua suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral.

A situação no Equador é preocupante, com confrontos entre presidiários, explosões e aumento da violência nas ruas. O país, localizado entre os maiores produtores mundiais de cocaína, Colômbia e Peru, deixou de ser uma ilha de paz para se tornar um forte de guerra às drogas. Em 2023, foram registrados mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, números alarmantes para uma população de 17 milhões de habitantes. A crise de segurança no país exige medidas urgentes para garantir a paz e a segurança dos equatorianos.

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