Enquanto o calorão em Campo Grande e o sol de rachar castigam todo mundo, a população se protege e tenta amenizar as altas temperaturas como pode. Sombra, ar-condicionado, ventilador portátil e água com gelo entram na lista de "salvadores da pátria" quando os termômetros marcam mais de 30°C todos os dias.
Assim, para aqueles que precisam dirigir diariamente na cidade, seja como trabalho ou para se deslocar até a "firma", as películas que escurecem os vidros do carro e bloqueiam os raios ultravioleta - popularmente conhecidas como "insulfilms" - podem não ser suficientes. Assim, entra em campo a versão térmica, que chega a diminuir até 90% do mormaço dentro do veículo.
"Aumentou bastante [a procura] devido à intensidade do calor. A composição da película, que é de nanocerâmica, reduz o mormaço interno em 90% do calor e 100% de raios U.V.", explica o gerente da Léo Filmes, Yhan Akam.
Na maioria das vezes, essas películas são feitas de cerâmica, que é um material resistente e com alta capacidade de absorção de luz e calor. Esse material absorve o calor promovendo o equilíbrio térmico, ou seja, deixa seu carro mais fresco, já que, na teoria, o calor sequer "entra" nele.
Na prática, o que acontece é que os raios solares que transmitem calor permanecem retidos na cerâmica e, com isso, o interior do veículo se mantém mais fresco. Quando colocados, testes são feitos com as películas, que gradualmente vão diminuindo a "quentura".
Refrescou quase 4°C
Cantor e trabalhador autônomo, MC Negão está no ramo de insulfilm há 20 anos. Em um de seus trabalhos, colocou a película térmica em um prédio de Campo Grande.
"O ar-condicionado não estava gelando e o pessoal estava reclamando. Eu coloquei essa película em todos os andares e baixou 3,9°C em todos os andares por causa dela", conta ao Jornal Midiamax.
De acordo com o profissional, muitas pessoas preferem colocar a película térmica apenas no para-brisa por conta do valor. Por outro lado, consequentemente há a economia na gasolina, já que o ar-condicionado do carro vai "trabalhar menos".
Porém, a média de preço é de R$ 125 a R$ 200 o carro completo com para-brisa de nano cerâmica. Já a película de primeira linha, a Window Blue - que é feita nos Estados Unidos - pode chegar a R$ 450, em Campo Grande.
"A redução de custo do cliente com essa película instalada, ajuda ele em 50% de economia de combustível porque não precisa abusar muito do ar-condicionado. Instalamos todos os modelos, mas teve uma alta da película Window Blue nesses últimos meses", explica Yhan à reportagem.
Em média, o insulfilm térmico tem garantia de 10 anos, mas precisa ser trocado toda vez que o vidro (seja das janelas, para-brisa ou teto solar) for danificado.
Regulamento
O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) estabelece algumas regras para as películas nos vidros do veículo. Como consta na Resolução 254/2007, as películas devem obedecer a um grau mínimo de transparência, que são:
- mínimo de 75% de transparência para os vidros do para-brisa
- mínimo de 70% de transparência para os vidros laterais dianteiros
- mínimo de 28% de transparência para os demais vidros do veículo
Quem for flagrado com a película fora desses padrões está cometendo uma infração gravíssima, com pena de multa de R$ 195,23, além de cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação).