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A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo revisou pela segunda vez as projeções para este ano, estimando que 1,42 milhão de unidades de motos sejam produzidas em 2022.
A expectativa é de que as fabricantes do Polo Industrial de Manaus (PIM) produzam um volume 18,8% superior às 1.195.149 unidades fabricadas no ano passado.
Ao avaliar diversos fatores e a tendência para os próximos meses, Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, aposta agora em uma retomada ainda mais forte do segmento.
“As unidades fabris mantêm a curva de produção ascendente e o mercado pede por mais motocicleta, pois, hoje o consumidor procura por um veículo ágil, econômico e com baixo custo de manutenção para seus deslocamentos”, destaca.
Ainda de acordo com o executivo, o avanço dos serviços de entrega, que já vinha crescendo, ganhou impulso maior com a pandemia, haja vista que muitas pessoas utilizam o modal como instrumento de trabalho, seja como fonte de renda ou para complementar o salário.
A região Norte foi a que registrou o maior crescimento percentual no volume de emplacamentos em setembro com 15.914 motocicletas licenciadas, volume 31,8% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado, com 12.074 unidades.
Em números absolutos, a liderança é da região Sudeste (48.129 motocicletas e 38,9% de participação do mercado), seguida das regiões Nordeste (35.676 unidades e 28,9% do mercado), Norte (15.914 motocicletas e 12,9%), Centro-Oeste (12.433 unidades e 10,1%) e Sul (11.489 unidades e 9,3%).
No ranking do acumulado do ano, as três primeiras posições foram mantidas: Sudeste (382.997 unidades e 38,8% do mercado), Nordeste (290.579 motocicletas e 29,5%) e Norte (121.348 unidades e 12,3%). Em quarto lugar, ficou a região Sul (96.732 motocicletas e 9,8%), seguida pelo Centro-Oeste (94.594 unidades e 9,6%).
Com base nas projeções, o segmento de motocicletas deve ficar próximo aos patamares alcançados em 2014, ano em que 1.517.662 unidades foram produzidas. “Ainda estamos bem distantes do recorde de 2,1 milhões de motocicletas produzidas em 2011. No entanto, acreditamos que, devido ao aquecimento do mercado, a indústria estará gradualmente retomando sua produção”, pondera.
No entanto, ao avaliar o cenário econômico, Fermanian ressalta que a associação está atenta às variáveis que podem fazer o consumidor deixar de adquirir um produto. São exemplos a alta da inflação e as taxas de juros, que comprometem o poder aquisitivo da população.
“Não existem levantamentos ou estudos que comprovem uma relação direta entre o aumento de venda de motocicletas com a alta dos preços dos combustíveis, por exemplo. O que podemos afirmar, com certeza, é que a procura aumentou muito durante a pandemia. Isso porque houve o crescimento dos serviços de entrega e o maior uso nos deslocamentos urbanos para evitar a aglomeração do transporte público.
A motocicleta é um veículo ágil, econômico, com preço acessível e baixo custo de manutenção. O aumento dos preços dos combustíveis também pode favorecer o mercado de motocicletas. No entanto, não é possível mensurar isso”, acrescenta o diretor executivo da Abraciclo, Paulo Takeuchi.
Ainda de acordo com o Takeuchi, dados do RENAVAM em março último, mostram que a frota de motos e similares em 2022 no Brasil já supera 30,5 milhões de unidades. Além disso, a alta da produção trará um aumento geral nos emplacamentos, mas cada região será impactada de forma diferente. “Como exemplo, entre 2011 e 2021, as regiões Nordeste e Norte foram as que apresentaram maior porcentual de crescimento na participação na frota nacional.
Com consequente diminuição de participação das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Já sob a análise de habitantes por veículo, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam uma relação inferior à média nacional. A região Nordeste permanece na média brasileira”, reforça o diretor executivo da Abraciclo.
No último mês de setembro de 2022 um total de 139.622 motos foram produzidas pelas empresas associadas da Abraciclo e alcançaram o segundo melhor resultado do ano. Elas ficaram atrás somente das 145.852 motocicletas fabricadas em agosto, registrando uma redução de 4,3%.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 28,2% (108.948 unidades). Foi o melhor desempenho, por exemplo, para o mês desde 2013 com 150.731 unidades produzidas.
Tais marcos registram que, em apenas nove meses (de janeiro a setembro), a indústria superou a marca de 1 milhão de unidades. Nesse sentido, 1.061.543 motocicletas saíram das linhas de montagem do Polo Industrial de Manaus. Isso corresponde a uma alta de 18,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, com um total de 896.558 unidades.
De acordo com levantamento da associação, esse é o melhor resultado para o período em oito anos. Em 2014, por exemplo, houve a fabricação de 1.166.527 motocicletas. “Estamos bem próximos do número alcançado em todo o ano de 2019, antes da chegada da pandemia. Naquele ano fabricou-se 1,1 milhão de unidades”, afirma e finaliza o presidente Fermanian.