Vídeo mostra as chamas se espalhando pelas morrarias do local, que é considerado um santuário de biodiversidade no Pantanal. Instituto aponta que incêndio começou com produtor rural, para abrir pastagem para o gado. Fogo se espalha pela Serra do Amolar, no Pantanal
Cerca de três anos após queimadas que devastaram o Pantanal em 2020, o fogo volta a preocupar na região da Serra do Amolar, em Mato Grosso do Sul. Incêndio que avança pelo quarto dia consecutivo já queimou mil hectares de vegetação nativa, de acordo com o Instituto Homem Pantaneiro (IHP).
Desde sexta-feira (26), seis combatentes da Brigada Alto Pantanal atuam para apagar ao fogo na região. Na segunda-feira (29), o IHP conseguiu aumentar o efetivo para 14 pessoas. Já nesta terça-feira (30), mais quatro militares do Corpo de Bombeiros foram de barco até o local, considerado de difícil acesso, acompanhados de outros quatros brigadistas da Organização não governamental (ONG) SOS Pantanal. Agora, o grupo conta 22 pessoas.
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O presidente do IHP, Angelo Rabelo, afirma que as chamas começaram por ação humana, após um pequeno produtor rural queimar camalotes, em planta aquática, para abrir área de pastagem para o gado. No entanto, o fogo saiu do controle e se alastrou pela vegetação nativa.
Câmeras de monitoramento mostram a fumaça encobrindo o céu, mesmo após a chuva.
Reprodução
"Lamentavelmente uma atitude isolada trouxe o fogo que segue propagando. É um lugar de difícil acesso, subindo a cerra, alcançando altitudes que chegam a quase mil metros. Então o reforço está acontecendo para que a gente possa ter um controle mínimo e estamos na torcida para que aconteça um evento climático, uma chuva para ajudar", relatou Rabelo.
A Polícia Militar Ambiental (PMA) foi acionada para investigar o caso e deve subir até a Serra do Amolar. Durante a manhã desta terça, choveu 102 milímetros na região e a água voltou a cair durante a tarde, o que pode aliviar o incêndio.
Conforme o IHP , foi enviado pedido de ajuda para a Marinha e para o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) de Brasília. "Apoio aéreo é realmente necessário", completou Rabelo.
"A gente tem trabalhado fortemente na parte de educação, orientação porque as condições hoje são totalmente adversas para qualquer manejo de fogo", destacou o presidente do IHP.
Fogo no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
CPA-CBMMS / Mairinco de Pauda
Outra preocupação dos pesquisadores é de que o vento contribui para o avanço das chamas, que coloca em ameaça a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, onde há uma extensa área de reflorestamento.
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em janeiro deste ano já foram registrados 192 focos de incêndio na região pantaneira de Mato Grosso do Sul.
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