A Ouvidoria da PolĂcia do Estado de São Paulo pediu o afastamento imediato dos policiais militares apontados como autores do crime e que a Corregedoria adote medidas. O órgão diz que que tomou conhecimento do caso pela imprensa e que oficiou a PolĂcia JudiciĂĄria, solicitando mais detalhes, incluindo os laudos periciais.
O advogado Allan Kardec Iglesias disse que o combinado seria que a mulher mudasse a versão registrada em boletim de ocorrĂȘncia, livrando os policiais da culpa pelo crime, como condição para ficar com a quantia. O advogado tambĂ©m informou à AgĂȘncia Brasil que ela contou a familiares o que havia acontecido e, apesar de ter sido acolhida, tentaram convencĂȘ-la a não levar adiante a investigação do episódio.A vĂtima engravidou após o estupro, descobrindo a gravidez em dezembro, quatro meses depois da agressão. Conforme esclareceu Iglesias, a mulher decidiu fazer um aborto e uma das exigĂȘncias do hospital foi a apresentação do boletim de ocorrĂȘncia.
A regra, no Brasil, Ă© a de que a rede no Sistema Ănico de SaĂșde que realiza esse tipo de procedimento não possa exigir o documento, nem exames, bastando a palavra da vĂtima. A vĂtima havia ido a um outro hospital, anteriormente, que fez a mesma exigĂȘncia e a orientou a procurar o segundo, porque a gravidez jĂĄ tinha passado de 20 semanas e, com isso, o aborto teria que ser feito na unidade indicada.
Nesta quinta-feira (1Âș), quando procurada pela AgĂȘncia Brasil, a Secretaria da Segurança PĂșblica afirmou que a PolĂcia Civil apura o caso e que "diante da gravidade da denĂșncia", a PolĂcia Militar instaurou uma sindicância para investigar a participação de agentes da corporação no crime notificado.