Foram divulgados pelo Ministério da Saúde, os números oficiais consolidados de mortes no trânsito brasileiro em 2022. Conforme os dados, morreram 34.724 pessoas em decorrência do trânsito brasileiro. O número é aproximadamente 2,7% maior que o registrado em 2021 (33.813 mortes). Também é maior que o número de óbitos de 2020, quando o Brasil registrou 33.497 mortes por sinistros de trânsito.
Apesar de não representar, em números absolutos, um vultuoso crescimento, o dado não é animador. Desde 2014 o Brasil vinha registrando, ano a ano, diminuição no número de mortes por acidentes de trânsito. No entanto, a partir de 2020 os números voltaram a subir, principalmente em relação aos motociclistas.
Ano | Número de óbitos |
2014 | 44.561 |
2015 | 39.324 |
2016 | 38.002 |
2017 | 36.234 |
2018 | 33.408 |
2019 | 32.667 |
2020 | 32.716 |
2021 | 33.813 |
2022 | 34.724 |
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, os motociclistas foram os que mais perderam a vida nas vias e rodovias do Brasil. Foram 12.058 mortes nessa condição. Em seguida estão os ocupantes de automóveis (7.226) e os pedestres (5.387). A faixa etária mais vulnerável, conforme os dados, está entre 20 e 59 anos.
A maioria das mortes ocorreu na Região Sudeste, na sequência (muito próxima) aparece a Região Nordeste e em terceiro lugar a Região Sul.
Diferente dos anos anteriores, onde mantinha-se a estabilidade no índice de mortes de cidadãos como ocupantes de veículos e como pedestres, em 2022 houve um aumento do número de mortes nestas posições, além das mortes de motociclistas (e passageiros de moto) que vêm crescendo ano a ano.
Em recente matéria publicada no Portal do Trânsito, o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra já havia pontuado que o Brasil interrompeu uma sequência de quedas nos índices de sinistros e mortes.
"A partir de 2018 assistimos a uma tentativa de desmonte das políticas públicas de segurança viária, com a redução das fiscalizações presenciais e de controle de velocidade nas rodovias e a flexibilização das leis de trânsito em 2020. Esse atual cenário é a junção do populismo no trânsito e da falta de intervenção séria em nossas rodovias, e o números de vidas perdidas revela o resultado dessa desacreditação coletiva do Sistema Nacional de Trânsito. Esse quadro só mudará com a revogação dos inúmeros retrocessos cometidos e o resgate da valorização da posse da Carteira Nacional de Habilitação (CNH)", explicou Coimbra.