Segundo o professor Antônio Pancrácio, especialista em insetos na UFMS, o mosquito tem uma grande capacidade de adaptação, seguindo os hábitos humanos. Água com larvas do mosquito que transmite a dengue encontrada em Campo Grande, MS
Reprodução/TV Morena
A história de que os mosquitos Aedes aegypti só se reproduzem em água limpa e só saem durante o dia para se alimentar caiu por terra. Segundo especialistas, o mosquito tem uma grande capacidade de adaptação e, por isso, foi comprovado que eles conseguem se reproduzir em esgoto e também picar a noite.
"Ele pode se desenvolver até dentro de uma fossa. Obviamente que o número de descendentes dentro de uma é muito menor daquele com água mais limpa, mas ele é capaz de explorar esses ambientes também. Nossos hábitos ruins dão boas condições para esses insetos sobreviverem. Então a medida que eles se aproximam do ser humano, ele desenvolve ali, foge da competição com outras espécies e começa a ter sucesso junto a nós e transmitindo doenças", explicou o entomologista e professor da Universidade Federam de Mato Grosso do Sul (UFMS), Antônio Pancrácio de Souza.
Segundo o professor, especialista em insetos, a grande adaptação desses mosquitos fazem com que a espécie mude alguns hábitos como, por exemplo, só se alimentarem durante o dia.
"Antigamente a gente falava, os mosquitos só picam durante o dia e de tardezinha, acabou isso. O mosquito pode picar durante a noite por conta das lâmpada florescente. Se ela está ligada, acesa, o mosquito, pelo instinto, vai entender que tá de dia e, se essa fêmea tiver a necessidade de fazer o repasse sanguíneo, ela vai picar alguém próximo e pode transmitir a doença", conforme explica Mauro Lúcio Rosario, coordenador estadual de Controle de Vetores.
De acordo com os especialistas, as situações reforçam ao público que o único caminho para impedir o avanço das doenças causadas pelo Aedes aegypti é acabando com os locais onde o mosquito pode se reproduzir. Segundo o governo de Mato Grosso do Sul, 90% dos focos dos insetos no estado estão dentro das residências.
Perigos da dengue em MS: mosquito também se reproduz em água suja
Proteção
Em Campo Grande, o fumacê voltou a ser aplicado nos bairros com maior incidência de dengue e também em regiões que já registraram casos suspeitos da doença.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), até às 22h da noite, o fumacê vai ser aplicado nos bairros Coronel Antonino, Vila Nasser e Santo Amaro. Os locais serão decididos diariamente, com base nas informações repassadas pelos agentes de saúde.
Mauro Lúcio explica que o fumacê não é uma única medida para controlar a doença, já que ele mata somente o mosquito adulto.
"O objetivo do fumacê é cortar a cadeia de transmissão da doença, ou seja, a equipe faz o raio de aplicação do inseticida com o objetivo de matar aquela fêmea que está passando a doença. Se eu achar que aplicando o fumacê eu vou diminuir a quantidade de mosquito, isso é uma ilusão. Não existe", finaliza o coordenador de Controle de Vetores.
Além de abrir portas e janelas para que o inseticida entre nas casas, a população também pode combater a proliferação do animal retirando água parada do quintal e dando atenção para os locais que acumulam água, como caixas d'água e esgotos.
Mosquito é transmissor da malária, febre amarela e dengue.
Lauren Bishop
Saiba diferenciar os sintomas
Febre, dor de cabeça, mal-estar e fraqueza. Esses são alguns sintomas comuns de várias doenças, como a dengue e da gripe. Então, confira as características dos sintomas de cada uma delas:
Dengue
Febre alta;
Dor no corpo e nas articulações;
Dor atrás dos olhos;
Mal-estar;
Dor de cabeça;
Manchas vermelhas no corpo.
Os sinais de alarme da doença são caracterizados principalmente por:
Dor abdominal intensa e contínua;
Vômitos persistentes;
Acúmulo de líquidos;
Sangramento de mucosa;
Irritabilidade.
Gripe
Febre;
Coriza;
Dor de garganta;
Tosse;
Dor no corpo;
Dor de cabeça;
Dores articulares;
Diarreia;
Vômito;
Fadiga;
Prostração;
Rouquidão;
Olhos avermelhados e lacrimejantes.
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