O STJ (Supremo Tribunal de Justiça) negou o recurso do prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB). Assim, mantĂ©m a ação contra o prefeito por ameaça ao deputado estadual Renato Câmara (MDB).
A defesa do prefeito afirmou que a ação penal não se baseou em uma coleta adequada de provas. Assim, alegou falta de diligĂȘncias investigativas para instauração do procedimento legal.
Contudo, o STJ negou o pedido de suspensão da ação. A ministra Daniela Teixeira assina a decisão sobre o habeas corpus.
Ela destaca que "a ação penal foi recebida em razão da representação formal da vĂtima dentro do prazo legal, evidĂȘncias coletadas durante a investigação, como a descrição dos fatos pela vĂtima, gravações de mĂdia e um laudo pericial, que indicaram a materialidade do crime e indĂcios de autoria".
Entrevista em rĂĄdio
Em 24 de julho de 2021, o prefeito teria utilizado espaço em uma emissora de rĂĄdio de Ivinhema para prometer "causar mal injusto e grave" a Câmara.
"A hora que eu ver que não der mais, vocĂȘ sabe o que acontece? Acabo com a minha vida e com a dele, jĂĄ resolve esse problema, que estĂĄ encaminhando para isso, desse cabra", disse em entrevista. A conversa transmitida na rĂĄdio foi transcrita em laudo pericial.
AlĂ©m disso, Câmara afirma que Ferro "enviou recado intimidatório por meio de redes sociais". "Deixo um recado aqui pra esse grupo polĂtico e deixo pra vocĂȘ tambĂ©m deputado. [ ] Porque quando o trem não "der" na boa, nós "vai" pro que precisar, vocĂȘ entendeu?", teria dito o prefeito.
DenĂșncia e defesa
Após investigação do MPMS (MinistĂ©rio PĂșblico de Mato Grosso do Sul), Ferro foi denunciado pelo procurador-geral de Justiça, Alexandre Magno Lacerda. A denĂșncia foi aceita em outubro pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
A defesa do prefeito sustentou que durante a entrevista apenas seguiu o roteiro de perguntas, feitas pelos entrevistadores. Assim, reforçou que não houve "qualquer intenção de direcionar ao representante [Renato Câmara]".
AlĂ©m disso, o advogado afirmou que "ao se falar em crime de ameaça, Ă© necessĂĄrio que o representante demonstre o tal sentimento". Então, apontou visitas de Câmara ao municĂpio de Ivinhema e disse que o deputado não parecia se sentir "ameaçado".