Presidente elogia atuação de Lewandowski no caso e evita falar de doação à agência da ONU acusada de ajudar terroristas do Hamas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a fuga de dois detentos do presídio federal de Mossoró (RN) na última quarta-feira (14) pode ter ocorrido com "relaxamento" de servidores e que governo precisar saber de quem. "Queremos saber como estes cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu", disse o presidente, que acrescentou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi a "primeira pessoa" a afirmar que seria feita uma sindicância para apurar possível participação de funcionário do presídio.
A declaração de Lula foi feita em entrevista coletiva após participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, na Etiópia. Na ocasião, Lula comparou a ação do Exército de Israel na Faixa de Gaza com a atuação do governo nazista de Adolf Hitler contra os judeus.
O presidente foi questionado sobre a intenção do Brasil de elevar as contribuições para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês). Ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), a agência tem enfrentado críticas e cortes de doações de países aliados de Israel, como os Estados Unidos, após denúncias de que funcionários teriam participado dos ataques do Hamas a cidadãos israelenses em 7 de outubro.
Segundo Lula, ainda não há definição sobre a quantia que será enviada pelo Brasil à UNRWA. Ao mesmo tempo, o presidente voltou a condenar a atuação de Israel na Faixa de Gaza na guerra contra o Hamas.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus", afirmou Lula. O presidente também declarou que "o Brasil continua solidário ao povo palestino".
"O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo na Faixa de Gaza", acrescentou, em outro momento da resposta.
No momento, Lula evitou se manifestar sobre a morte do líder opositor ao governo russo, Alexei Navalny, que teria desmaiado e morrido numa prisão do Ártico na sexta-feira, após uma caminhada, conforme a versão oficial.
"Se a morte está sob suspeita, temos que primeiro fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu", afirmou Lula. "O cidadão morreu numa prisão não sei se ele estava doente, se tinha algum problema", acrescentou.
Lula afirmou que condenar a morte de Navalny sem uma investigação seria "banalizar” uma acusação. "Eu até compreendo os interesses de quem acuse", acrescentou, sem se aprofundar na questão.
Países como Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido condenaram a morte do opositor russo, enquanto a China — próxima ao governo Putin — se recusou a comentar até o momento.
Fonte: R7