Na manhã de terça feira (08), a Policia Civil MS através do DRACCO – Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul – deflagrou a Operação Resfriamento, que cumpriu mandados de prisão temporária e busca e apreensão em Dourados e Juti. A operação contou com o apoio da Corregedoria de Trânsito do DETRAN, Delegacia Regional de Fátima do Sul e DEFRON.
A investigação iniciada pelo DRACCO apura esquema de emissão de documentos veiculares irregulares, efetivadas na agência do DETRAN em Juti. As informações são de que veículos irregulares, até mesmo de outros estados, seriam regularizados, mediante inserção de documentos falsos e pagamento de propina a servidores, sem nunca ter passado por vistorias de segurança ou mesmo ingressado no estado.
De acordo com o que é apurado no Inquérito Policial e informações compartilhadas a partir da apuração na COTRA, foram regularizadas duas carretas com quatro eixos, sem a devida apresentação do CSV (Certificado de Segurança Veicula), quando também era terminantemente proibida a circulação de veículos de quatro eixos. Além das irregularidades da composição do veículo e da ausência da apresentação de documentos de segurança obrigatório, foi verificado ainda que os proprietários dos veículos residem fora do estado e que foi utilizado endereço falso para a efetivação da fraude. Mesmo com um endereço evidentemente fraudulento, da cidade de Dourados e as inúmeras outras irregularidades, a agência de trânsito permitiu a emissão dos documentos dos veículos.
O processo foi feito na agência do DETRAN, na cidade de Juti, e intermediado por um mesmo despachante, que tem escritório na cidade de Dourados. Outras diligências de inteligência revelaram verdadeira organização criminosa voltada para o "esquentamento" de veículos na agência do DETRAN da cidade de Juti. São apurados inúmeros outros veículos que teriam sido regularizados indevidamente na agência, com circulação de dinheiro entre o gerente da agência e pessoas a ele relacionadas. No total, os integrantes da organização teriam movimentado mais de R$ 17 milhões em menos de dois anos.
Frente a todos os elementos colhidos, foi representada pelas autoridades policiais do DRACCO, a prisão temporária de servidor do DETRAN de Juti, quem teria sido responsável pela liberação irregulares dos veículos, e do despachante que intermediou o processo. Também foram representadas por buscas domiciliares em residências de outras pessoas cujo vínculo com a organização encontra-se em apuração. Os pedidos foram deferidos por decisão judicial e durante o cumprimento, nesta manhã, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão. Foram apreendidos diversos veículos, dentre carros de alto valor, motocicletas, documentos e valores em espécie, que ainda estão sendo contabilizados pelas equipes que participam da operação.