Assim como outros investigados, Bolsonaro foi intimado a comparecer à PF na próxima quinta-feira (22) para prestar esclarecimentos sobre a suposta trama golpista. Os advogados do ex-presidente, contudo, afirmaram que ele "opta, por enquanto, pelo uso do silĂȘncio".
Os advogados alegaram que a decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes, que autorizou medidas cautelares contra Bolsonaro, "contĂ©m excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mĂdias as quais a defesa não teve acesso atĂ© hoje".
Os defensores destacam que as investigações começaram hĂĄ pelo menos 10 meses, sem que nesse tempo tenha sido franqueado o acesso da defesa às provas. Por esse motivo, o silĂȘncio se faz necessĂĄrio para preservar o "direito à ampla defesa, cujo pleno exercĂcio estĂĄ sendo tolhido pelo represamento de elementos cruciais para a compreensão dos fatos".
Bolsonaro Ă© um dos alvos na Operação Tempus Veritatis, deflagrada hĂĄ quase duas semanas pela PF. Ele teve o passaporte apreendido e foi proibido de se comunicar com os demais investigados. São investigados tambĂ©m seus ex-assessores diretos, incluindo militares que integraram o alto escalão do governo.
Foram cumpridas 48 medidas cautelares na operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade, em latim), quatro delas de prisão preventiva. De acordo com a PF, o grupo investigado Ă© suspeito de tentar "viabilizar e legitimar uma intervenção militar" no Brasil.