A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram, nesta quinta-feira, a Operação Partidas Dobradas, com objetivo de desarticular grupo criminoso especializado no registro de notas fiscais "frias" e na criação de empresas "fantasmas".
Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão, nas cidades de Ponta Porã/MS, Dourados/MS e São Paulo/SP, além do bloqueio de bens pertencentes aos envolvidos. A operação contou com a participação de nove servidores da Receita Federal e 22 policiais federais. O nome faz referência ao método contábil de mesmo nome.
Segundo a investigação, as empresas e notas servem para amparar o transporte e a entrada ilícita de produtos estrangeiros no Brasil.
Atuando desde 2018, o grupo foi responsável pela emissão de mais de 35 mil notas fiscais, as quais somaram aproximadamente R$ 200 milhões. Segundo a investigação, a remuneração pela prestação desse serviço era feita de várias maneiras, dentre elas, o recebimento de um percentual sobre o valor global de cada nota fiscal.
Os documentos fiscais ampararam o transporte irregular de vários produtos , incluindo eletrônicos, pneus, agrotóxicos, cabelo humano, garrafas térmicas, copos térmicos, postes de concreto, cimento, entre outros. A polícia alega que minutos produtos serviram também para ocultar drogas, armas e mercadorias de maior valor agregado.
O transporte era realizado pelos solicitantes ou por terceiros e a receptação era intermediada por assessoria contábil, que criava empresas laranjas por curto período de existência, descartadas e substituídas periodicamente.