Em um balanço parcial divulgado nesta terça-feira (08), através das redes sociais, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou que aplicou mais de 3 mil multas em Mato Grosso do Sul durante a chamada Operação Manifestações 2022, que foi deflagrada em decorrência dos protestos de eleitores bolsonaristas contra o resultado do segundo turno eleitoral que teve o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor.
De acordo com a PRF, foram 20 pessoas identificadas como possíveis líderes dos movimentos que provocaram a interdição das rodovias federais que cortam o Estado durante quase uma semana, colocando em risco o abastecimento de alimentos e de combustíveis. Além disso, foram 100 veículos identificados como participantes dos atos.
No balanço parcial, a PRF aponta que foram emitidas 281 autuações relacionadas diretamente à conduta de participação nos bloqueios ou interdições, como usar deliberadamente o veículo para interromper a via, estacionar no acostamento ou em canteiros centrais.
Além disso, foram aplicadas 2.896 autuações diversas relacionadas direta ou indiretamente à fiscalização das manifestações, destacando-se uso de buzina fora das hipóteses autorizadas CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e a falta do cinto segurança do condutor ou passageiro.
Balanço Parcial da Operação – Manifestações 2022 – PRF/MS –
281 autuações relacionadas diretamente à conduta de participação nos bloqueios ou interdições.
(usar deliberadamente veículo para interromper a via, estacionar no acostamento, em canteiros centrais)
— PRF MS (@prf191ms) November 8, 2022
Pessoas identificadas como possíveis lideranças dos movimentos :20
Total de veículos autuados como provável participantes dos movimentos: 100
— PRF MS (@prf191ms) November 8, 2022
Determinação do STF
O balanço da PRF acontece depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, dar o prazo de 48 horas para que a instituição policial enviasse as informações à Corte sobre caminhões e veículos que participaram de bloqueios em rodovias federais.
A decisão deverá ser cumprida também pela Polícia Federal (PF) e as polícias Civil e Militar dos estados. A decisão foi tomada na ação na qual o ministro determinou o total desbloqueio das rodovias que registraram paralisações de caminhoneiros a partir do dia 30 de outubro após a divulgação do resultado do segundo turno da eleição para presidente da República.
"Determino às polícias civis e militares dos estados e Distrito Federal, bem como à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal, o envio de e sobre a identificação dos caminhões e veículos que participaram ativamente dos bloqueios e nas manifestações em frente aos quartéis das Forças Armadas, assim como os dados dos respectivos proprietários, pessoas físicas ou jurídicas. Determino, ainda, que informem se identificaram líderes, organizadores e/ou financiadores dos referidos atos antidemocráticos, com a remessa dos dados e providências realizadas", escreveu Moraes.
Mais cedo, o secretário da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, se reuniu com forças policiais para definir estratégias e cumprir a medida.