O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quinta-feira, 29, que a América do Sul não precisa de guerra e defendeu que os países da região trabalhem intensamente para que se mantenha uma zona de paz. A declaração foi dada em Georgetown, capital da Guiana, após reunião bilateral com o presidente do país vizinho, Mohamed Irfaan Ali. “A nossa integração com a Guiana faz parte da estratégia do Brasil de ajudar não apenas no desenvolvimento, mas trabalhar intensamente para que a gente mantenha a América do Sul como uma zona de paz no planeta terra. Nós não precisamos de guerra. Guerra traz destruição de infraestrutura, de vidas, e traz sofrimento. A paz traz prosperidade, educação, geração de emprego e tranquilidade aos seres humanos”, disse Lula
O petista aproveitou a oportunidade para ressaltar a posição contrária do país quanto à guerra na Ucrânia e ao conflito na Faixa de Gaza. "Todo mundo sabe que o Brasil é contra a guerra na Ucrânia, todo mundo sabe que o Brasil é contra o que está acontecendo em Gaza, da mesma forma que fomos contra o ataque terrorismo do Hamas. E todo mundo sabe que o Brasil não tem e não quer contencioso com nenhum país do mundo. O Brasil quer paz, prosperidade, crescimento econômico e melhoria de vida do nosso povo", afirmou.
Em relação ao conflito diplomático entre Guiana e Venezuela pela região de Essequibo, Lula disse à imprensa que o assunto não foi tratado por não ser o momento e que também não será tema de discussão durante a reunião com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que está prevista para acontecer nesta sexta-feira, 1°. “Por que não discutimos? Porque não é o momento de discutir, era uma reunião bilateral para discutir desenvolvimento, para discutir investimento, mas o presidente Irfaan sabe, como sabe o presidente Maduro, que o Brasil está disposto a conversar com eles na hora que for necessário”, iniciou. “Da mesma forma que eu não vou discutir com o presidente Maduro essa questão, porque a reunião não é para isso, eu vou discutir a Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos]” completou.
Em declaração conjunta entre o Brasil, Guiana e Suriname, os presidentes informaram que foram estabelecidos grupos de trabalho para aprofundar e implementar iniciativas de interesse comum nas áreas de infraestrutura física e digital; energia e cooperação no combate a ilícitos transnacionais. Eles reafirmaram um compromisso de trabalhar permanentemente para a "manutenção da América Latina e do Caribe como uma Zona de Paz e de cooperação para o desenvolvimento sustentável". Lula viajou para o país ao lado de ministros de seu governo para participar da 46ª Reunião Regular da Conferência dos Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom).