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Pela 1ÂȘ vez, Moraes vota para absolver rĂ©u do caso dos ataques de 8 de Janeiro

Pela primeira vez o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela absolvição de um envolvido nos ataques do 8 de Janeiro.

Por Midia NAS em 09/03/2024 às 08:53:34

Pela primeira vez o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela absolvição de um envolvido nos ataques do 8 de Janeiro. O serralheiro Geraldo Filipe da Silva recebeu voto favorĂĄvel do ministro. Ele estava em situação de rua no dia da invasão e quebra do patrimônio dos prĂ©dios dos trĂȘs Poderes, em BrasĂ­lia. Moraes assinalou que não hĂĄ provas suficientes de que o denunciado se uniu aos extremistas e considerou que ele agiu "aderindo dolosamente ao intento de tomada do poder e destruição do PalĂĄcio do Planalto, do Congresso e do Supremo". Se os demais integrantes do tribunal seguirem o entendimento de Moraes, Silva deve ser o primeiro absolvido no caso. A ação penal contra o serralheiro acontece em julgamento no plenĂĄrio virtual e tem previsão de tĂ©rmino no dia 15 de fevereiro.

Acusado pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrĂĄtico de direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, Silva foi preso em flagrante ainda no dia 8 e solto em novembro. Em 31 de maio virou rĂ©u no processo. Seis meses depois da abertura da ação penal, a Procuradoria-Geral da RepĂșblica defendeu a rejeição da acusação. Argumentou que "não restou suficientemente demonstrado" que o denunciado tenha "concorrido dolosamente, na qualidade de executor", para os crimes do 8 de Janeiro.

Moraes destacou que não vĂȘ comprovação de dolo (intenção) em praticar os crimes que lhe foram imputados pela Procuradoria-Geral da RepĂșblica. "Apesar da materialidade do delito estar comprovada nos autos, não restou suficientemente demonstrado que o rĂ©u tenha concorrido dolosamente, na qualidade de executor, para a consumação dos delitos", anotou o ministro no voto. "Não hĂĄ provas de que o denunciado tenha integrado a associação criminosa, seja se amotinando no acampamento erguido nas imediações do QG do ExĂ©rcito, seja de outro modo contribuindo para a execução ou incitação dos crimes e arregimentação de pessoas", afirmou Moraes.

Depoimento

Em interrogatório, o serralheiro relatou que estava em BrasĂ­lia havia trĂȘs meses, em situação de rua. Narrou que Ă© de Pernambuco e foi para o Distrito Federal para "fugir do PCC porque lhe atribuĂ­ram participação no Comando Vermelho". Sobre o 8 de Janeiro, sustentou que estava sozinho e não conhecia os demais detidos. Disse que não quebrou nada e que foi à Praça dos TrĂȘs Poderes por "curiosidade".

*Publicado por Heverton Nascimento

*Com informações de Estadão ConteĂșdo

Tags:   Política
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