A Justiça manteve as prisões da proprietária, de 30 anos e funcionária, de 26 anos, da creche "Cantinho da Tia Carol" em que crianças eram submetidas a situação de maus-tratos na cidade de Naviraí. A dupla vai prestar depoimento em audiência marcada para o próximo dia 30 de abril, ocasião em que também serão ouvidas testemunhas do caso.
Além de manter a prisão das acusadas a Justiça ainda agendou para os dias 2, 9, 16 e 23 de abril os depoimentos de sete crianças que estudavam na "Tia Carol".
Os ex-alunos da creche passarão por escuta especializada com entrevistadora forense, sob a supervisão dos pais, como manda a lei.
Polícia agiu rapidamente assim que obteve autorização judicial. Foto: Divulgação
Com o slogan "Seu bem mais precioso em boas mãos", a creche funcionava há 6 meses, mas não possuía qualquer tipo de documentação ou alvará. A prefeitura de Naviraí disse à reportagem que o local funcionava de forma clandestina e sem nenhuma placa de identificação, por isso não havia nenhuma fiscalização.
Nas descrições, a proprietária afirmava ter experiência e referência no ramo infantil e garantia aos pais cuidar com amor, carinho e disciplina de todas as crianças.
Conforme a polícia, uma denúncia feita por uma ex-aluna deu início na investigação e, filmagens feitas no local por câmeras da polícia comprovaram o crime.
De acordo com a polícia, no vídeo a proprietária aparece agredindo fisicamente uma bebê de apenas 11 meses. A criança estava sozinha em um colchão, no chão, e havia mudado de posição. Foi quando a mulher pegou brutalmente a criança e a jogou novamente no local onde estava anteriormente.
Após este gesto, a bebê voltou a chorar, momento em que a investigada a pegou novamente e a jogou no colchão. A mulher também desferiu alguns tapas no corpo da bebê, a castigando por ter chorado.
Como eram captados imagem e som, os policiais ouviram a mulher chamar a bebê de "sem vergonha" e que quando a menina começasse a andar, as duas "estavam lascadas".
"Foi um trabalho muito rápido, não podíamos manter por mais tempo para não expor as crianças nem um minuto a mais na presença dessas cuidadoras, porque as agressões eram constantes. Por isso que a abordagem foi feita no primeiro dia de investigações", explicou o delegado Thiago José Bastos da Silva.