O Ministério da Defesa divulgou, às 19h desta quarta-feira (9/11), o "relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação" feito pelas Forças Armadas. O documento não destaca elementos que indiquem possibilidades de fraude no pleito do Ășltimo dia 30 de outubro, no qual ficou definido que Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) serĂĄ o próximo presidente da RepĂșblica.
O texto, assinado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destaca dois pontos observados pelos especialistas das Forças Armadas. O primeiro é que "foi observado que a ocorrĂȘncia de acesso à rede, durante a compilação do código-fonte e consequente geração dos programas (códigos binĂĄrios), pode configurar relevante risco à segurança do processo".
O segundo, dos testes de funcionalidade, realizados por meio do Teste de Integridade e do Projeto-Piloto com Biometria, para o Ministério da Defesa, "não é possĂvel afirmar que o sistema eletrônico de votação estĂĄ isento da influĂȘncia de um eventual código malicioso que possa alterar o seu funcionamento". Apesar de levantar a suspeita, o documento não diz como o sistema poderia ter o funcionamento alterado ou se isso ocorreu.
Assim, a Defesa sugere que seja realizada uma investigação técnica para melhor conhecimento do ocorrido na compilação do código-fonte e de seus possĂveis efeitos; a promoção de anĂĄlise minuciosa dos códigos binĂĄrios que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas; além da criação de comissão especĂfica, "integrada por
técnicos renomados da sociedade e por técnicos representantes das entidades fiscalizadoras".
Confira o relatório na integra
Nota do TSE
Após a Defesa ter divulgado o relatório, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, escreveu uma nota. Veja a Ăntegra:
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu com satisfação o relatório final do Ministério da Defesa que, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, não apontou a existĂȘncia de nenhuma fraude ou inconsistĂȘncia nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022.
As sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas.
O TSE reafirma que as urnas eletrônicas são motivo de orgulho nacional, e as Eleições de 2022 comprovam a eficĂĄcia, lisura e total transparĂȘncia da apuração e totalização dos votos.