O principal deles, claro, é o da vilã Odete Roitman, considerada a personagem mais icônica da produção de Gilberto Braga (1945-2021) na pele de Beatriz Segall (1926-2018).
Neste momento, são duas as mais cotados pela produção, que já é escrita por Manuela Dias e que será dirigida por Paulo Silvestrini: Natália do Vale e Malu Galli.
Natália está fora das novelas desde 2019, quando fez um papel de menor expressão em "A Dona do Pedaço" (2019), foi o primeiro nome pensado por ter um perfil que se encaixa no que é pensado para Odete: uma mulher madura, firme e atraente.
Além disso, Natália do Vale tem experiência recente com uma vilã que foi bem quista pelo público, e que tem características que lembram um pouco Odete: a malvada Lady Margareth Williamson, de "Orgulho e Paixão" (2018).
Já Malu vem como um plano B, caso Natália não aceite ou não chegue a um acordo por algum motivo com a Globo. Se entende que Malu, mesmo um pouco mais nova, tem um charme e elegância que a personagem pede e com as mesmas características.
Pesa também ao seu favor o fato de ser uma atriz de confiança de Paulo Silvestrini. Malu Galli trabalhou com o diretor em produções como "Tempos Modernos" (2010), "Malhação: Viva a Diferença" (2017) e "As Five" (2020-2024).
A decisão será tomada mais para frente, já que a produção em si só deve começar no último trimestre deste ano. A Globo, inclusive, não falará oficialmente sobre a trama até o segundo semestre.
O remake de "Vale Tudo", juntamente com a comemoração pelo aniversário da Globo, também tem uma questão mercadológica. A versão original de 1988 tem qualidade considerada abaixo do padrão adotado pela Globo.
Suas imagens são consideradas escuras, o que impossibilitou reprises em TV aberta e afastou interessados do mercado de televisão estrangeiro a comprarem a produção.
Com a nova versão, a TV aproveita o apelo da história no horário nobre e tem um produto considerado interessante para ser negociado para seus parceiros.
"Vale Tudo" contava a história de Raquel, interpretada por Regina Duarte, que é abandonada pelo marido e se vê obrigada a criar sozinha sua filha, a ambiciosa Maria de Fátima, vivida por Glória Pires. Seu final teve teor de suspense graças a pergunta que fez o Brasil parar: quem teria matado Odete Roitman? A revelação veio no último capítulo.
Além da exibição original, "Vale Tudo" teve três reprises: uma na Globo em 1992 (quando os padrões de exigência de qualidade de imagens não eram eram tão altos como a partir da década seguinte) e outras duas no canal Viva, em 2010 e 2018.
Em 2022, a Globo chegou a cogitar uma reprise da trama no Vale a Pena Ver de Novo, no lugar da reexibição de "O Clone" (2001), mas a imagem escura para TV aberta descartaram os planos.