Daniela Almeida Vera, que era indígena, deu entrada no Hospital Regional de Ponta Porã na quinta-feira (14) apresentando infecção grave.
De acordo com a unidade de saúde, dez dias antes da internação, a paciente sofreu uma queda e permaneceu, segundo relato próprio, com dores e mal-estar, optando por procurar os serviços hospitalares apenas na semana seguinte.
A paciente morava no município de Aral Moreira, a 84 quilômetros de Ponta Porã. Ela procurou atendimento médico na cidade e depois foi levada em estado gravíssimo para Ponta Porã, onde foi intubada e ficou em coma induzido, segundo o hospital regional.
Exames realizados em Ponta Porã detectaram a presença de feto calcificado, uma condição rara na paciente. A litopedia, como é chamada, é consequência de uma gravidez ectópica, na qual a gestação em que o óvulo fertilizado é implantado fora do útero, que evolui para morte fetal e calcificação.
Após a constatação do feto calcificado, a equipe médica da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Regional decidiu pela realização cirúrgica de emergência para remover o feto e controlar o processo infeccioso. A paciente morreu um dia depois do procedimento por infecção generalizada.
"Em virtude da sepse apresentada -doença potencialmente grave desencadeada por uma inflamação que se espalha pelo organismo diante de uma infecção-, a cirurgia foi adotada como medida para tentar impedir o óbito da paciente, no entanto, sem sucesso", diz trecho de nota divulgada pela unidade de saúde.
O hospital não confirmou há quanto tempo a mulher estaria com o feto no corpo na estimativa dos médicos.
Em nota, a direção e os profissionais do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto lamentaram o falecimento da paciente e se solidarizam com familiares e amigos. A família da idosa pode contar com apoio psicológico do hospital, de acordo com o comunicado.