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PM apreende cocaína para exportação em praia paradisíaca do Guarujá

Policiais militares do Centro de Operações Especiais e do 5º Batalhão de Choque localizaram, nesta quarta-feira (20), 96 tijolos de pasta base de cocaína em uma região de mata próxima à praia do Sangava, no Guarujá, cidade na Baixada Santista.

Por Midia NAS em 21/03/2024 às 15:07:56

Policiais militares do Centro de Operações Especiais e do 5º Batalhão de Choque localizaram, nesta quarta-feira (20), 96 tijolos de pasta base de cocaína em uma região de mata próxima à praia do Sangava, no Guarujá, cidade na Baixada Santista. Investigações apontam que os entorpecentes seriam transportados para o Porto de Santos, colocados em navios internacionais e escoados para a Europa. Os entorpecentes somam 105,6 quilos e os tijolos estavam armazenados em cinco sacos estanques, uma espécie de bolsa com resistência a água e com alta capacidade de vedação. Segundo o capitão Alexandre Guedes, porta-voz da Polícia Militar, a principal linha de investigação do caso é o uso das drogas para tráfico internacional. “Pela forma como a droga estava embalada e condicionada, com um material resistente para impedir que fosse molhada, tudo indica que (a droga) não era para consumo local, e que provavelmente seria transportada para fora do Brasil”, diz Guedes.

O lugar onde a pasta base de cocaína foi encontrada reforça a hipótese. Por estar próxima à praia, ela poderia ser levada por alguma embarcação até o Porto de Santos, onde seria colocada em algum navio internacional, explica o capitão. A Praia do Sangava tem 170 metros de areia cercada apenas por mar e árvores. É a mais afastada e isolada da região. Comumente é frequentada em grande parte por instrutores e remadores de caiaque, de stand up paddle ou iates, lanchas e barcos.

A pasta base de cocaína é o substrato que dá origem à cocaína como produto final para consumo. “Na Europa ou em países como a Austrália, ela será refinada e vendida por um alto valor, que vai depender do destino final da droga”, acrescenta Guedes. O porto na Baixada Santista é a principal meio usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para a exportação de drogas para a Europa e África. Ao todo, mais de 7,1 toneladas de cocaína foram localizadas em 2023 pela Alfândega do Porto de Santos, segundo a Receita Federal.

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Os grupos se utilizam de estratégias diversas para esconder os entorpecentes, que incluem desde o casco dos navios até cilindros de gás. Conforme levantamento da Receita, só no passado, houve desde casos de tabletes de droga escondidos em guindastes de navios a episódios em que a cocaína foi inserida em contêineres com carregamentos de açúcar e até de carne de frango congelada. Em algumas das ocorrências, houve cooptação da tripulação dos navios.

A diversificação das estratégias revela um pouco do avanço do crime organizado. Agora, além de usar estruturas já consideradas “tradicionais”, o PCC tem mudado cada vez mais os locais em que os carregamentos de cocaína são escondidos para driblar a fiscalização. No jargão policial, cargas com droga são descritas como “contaminadas”. Imagens divulgadas pela PM mostram que os sacos estanques onde a droga foi encontrada estavam entre algumas pedras, em uma área de mata definida pela policia como “um local de possível estocagem de entorpecentes”. A ação contou também com o apoio de cães farejadores do 3º e 4º pelotões do 5º Batalhão de Choque.

A ocorrência prosseguiu para apresentação no Distrito Policial sede do Guarujá, informou a Polícia Militar. A ação desta quarta foi um desdobramento da 3ª fase da Operação Verão, deflagrada fevereiro como reação à morte do cabo José Silveira dos Santos, atingido por disparos efetuados por um suspeito, durante um patrulhamento no Jardim São Manoel, em Santos, no dia 7 do mês passado.

A Operação Verão foi iniciada para reforçar a segurança no período de maior movimentação turística no litoral paulista, mas foi reforçada em outras duas fases depois que dois policiais militares foram assassinados em confronto com criminosos no início de fevereiro Ao todo, 48 pessoas morreram em ações policiais. A Secretaria da Segurança defende a legalidade da atuação e diz que casos são apurados.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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