O desmatamento na Colômbia e na Amazônia disparou no primeiro trimestre de 2024 com um aumento de 40% e atingiu um "pico histórico", conforme informou nesta segunda-feira (8) a ministra de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Susana Muhamad. Na apresentação do balanço dos Alertas Prévios de Desflorestação, a ministra disse que este número contrasta com a tendência positiva de queda dos últimos anos no país. Muhamad alertou que as previsões para este ano são muito preocupantes: "Esperávamos que o desmatamento aumentasse, mas não nos níveis em que está aumentando".
O aumento do desmatamento deve-se, por um lado, a temporada seca agravada pelo fenômeno El Niño, mas também, em grande parte, à coerção por parte de grupos armados nas zonas rurais, algo que para Muhamad representa uma "violação do Direito Internacional Humanitário (DIH)". Especificamente, a ministra culpou o Estado-Maior Central (EMC) por não permitir a aplicação de iniciativas de controle e conservação natural do Plano Nacional de Desenvolvimento e, por sua vez, “promover a derrubada de florestas como mecanismo para pressionar nas negociações de acordos de paz” com o governo.
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsAppSegundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o aumento do desmatamento tem sido observado em áreas onde o EMC tem maior presença, como os departamentos de Meta, Guaviare e Caquetá, no centro-sul do país, onde, segundo Muhamad, "está tomando conta da natureza no meio do conflito". A ministra aproveitou para mostrar seu apoio aos presidentes das comunidades que estão sendo atacadas: "Quero dizer aos presidentes desses conselhos comunitários que têm o apoio do governo, não vamos deixá-los sozinhos".
Por outro lado, o Ministério vê com esperança o início da época chuvosa, que espera que se prolongue durante todo o mês de maio. O governo colombiano declarou em novembro do ano passado, o início da temporada de El Niño, momento em que 354 municípios tiveram problemas de abastecimento de água, razão pela qual, segundo Muhamad, a Unidade de Gestão de Riscos levou às cidades afetadas e para áreas rurais mais de 15 milhões de litros de água. Este fenômeno meteorológico intensificou as secas e provocou a proliferação de incêndios florestais que ocorreram no final de janeiro e início de fevereiro no seu auge, queimando inclusive parte das colinas orientais de Bogotá. A falta de chuvas devido ao El Niño reduziu drasticamente o nível dos reservatórios que fornecem água potável a Bogotá e outras cidades, razão pela qual o prefeito da capital colombiana, Carlos Fernando Galán, disse hoje que o racionamento na cidade começará na próxima quinta-feira (11).
*Conteúdo produzido com auxílio da Agência EFE