Clube da Série B vai doar 30 mil ingressos de seus jogos a instituições beneficentes
O Botafogo-SP quer brigar pelo acesso à Série A do Campeonato Brasileiro e espera incluir mais torcedores durante a sua campanha na Série B deste ano.
Não há uma cota única de doações por jogo, mas a ideia é manter uma média de quase dois mil ingressos por partida. Na estreia, na próxima sexta-feira, contra o América-MG, às 19h, as cadeiras da arena receberão integrantes da Associação dos Amigos do Autista e Grupo Equidade, ambas com trabalhos voltados para pessoas com transtorno do espectro autista (TAE).
A iniciativa espera dar continuidade à boa ocupação que o Botafogo-SP teve no Campeonato Paulista, em que o clube teve a maior média de público das equipes do interior, com oito mil torcedores por jogo. A equipe, contudo, não se classificou para a segunda fase e ficou na 12ª na classificação geral.
No começo de abril, o Botafogo-SP lançou um uniforme em celebração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado em 2 de abril. O clube anunciou, na época, que parte das vendas serão doadas para instituições que trabalham com pessoas com TAE.
O Botafogo-SP voltou à Série B ao conquistar o acesso no ano passado, quando ficou em terceiro lugar na Série C. Desde 2018, o clube é administrado pela SAF do Botafogo, que transformou o Estádio Santa Cruz em uma arena e alavancou o orçamento do clube, um dos maiores na comparação com adversários da Série B.
Entretanto, recentemente, o bastidor da equipe de Ribeirão Preto envolve uma disputa. A Justiça do Trabalho cancelou o regime pelo qual o clube pagava dívidas trabalhistas. A gestão do Botafogo Futebol Clube alega que a SAF deixou de fazer repasses de cerca de R$ 15 milhões, suficiente para pagar as dívidas de R$ 7,5 milhões. Por outro lado, SAF afirma que aceitou pagar todas as dívidas, mas que o clube não se manifestou judicialmente sobre a proposta de acordo.
DOAÇÃO DE INGRESSOS TEM BONS RESULTADOS NA EUROPA
Em novembro de 2023, o Paris FC, clube que conta com Raí como acionista, anunciou que não cobraria ingressos para o restante da temporada, a não ser uma taxa para visitantes e para quem fosse em camarotes do Estádio Charléty, local público do município de Paris. Segundo o clube, que disputa a segunda divisão francesa, jogos em determinados horários permitiram que a quantidade de crianças em idade escolar aumentasse no estádio.
O jornal The New York Times apontou que a medida custará US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,27 milhões). Mesmo assim, a ação é vista com bons olhos. Na Alemanha, o Fortuna Düsseldorf fez a estratégia ainda antes. A média de público subiu de 27 mil para 33 mil. A receita em venda de produtos cresceu, assim como associações.
Ainda que as ações sejam diferentes da iniciativa do Botafogo-SP, que busca parceria com instituições beneficentes, todas acreditam no futebol como forma de inclusão. Os clubes europeus ainda avaliam como manter o plano e como tornar a prática mais viável.