Mas os números podem aumentar ainda mais em 2023 e 2024 em função dos eventos climáticos extremos registrados no período. A tragédia climática no Rio Grande do Sul que afetou mais de 400 municípios, até esta quarta-feira (8), já registrava mais de 66 mil pessoas em abrigos e mais de 163 mil desabrigadas.
Na avaliação de Claudio Angelo, coordenador de política internacional do Observatório do Clima, a extensão, densidade populacional e geografia do Brasil, além do despreparo para lidar com os efeitos das mudanças do clima, explicam os números crescentes desses deslocamentos.Além de registar o maior número de migrantes, o Brasil também está entre os países da América Latina que mais acolhem solicitantes de asilo, ao lado do Peru, México e Costa Rica.
O estudo alerta que a região enfrenta desafios relacionados à degradação ambiental, desastres e mudança climática, agravando a situação de vários países que já passam por conflitos e violência.
Claudio Ângelo pontua que essa situação tende a se tornar muito mais grave à medida em que o número de imigrantes por desastres climáticos cresce.
O coordenador de política internacional do Observatório do Clima explica que não dá mais para evitar os eventos extremos com o nível de aquecimento global contratado nas últimas décadas. O especialista avalia que é preciso construir resiliência.
Segundo o relatório da Organização Internacional para Migrações, os venezuelanos continuaram sendo a maior população deslocada entre fronteiras no mundo em 2022. São mais de 7 milhões de refugiados venezuelanos e migrantes deslocados em todo o mundo. O Brasil acolheu cerca de 400 mil cidadãos do país vizinho