Data é comemorada neste domingo (12). O g1MS conversou com mães que passam o dia delas longe de filhos que estão no Rio Grande do Sul. Mães passam o dia delas longe dos filhos que estão no Rio Grande do Sul
Arquivo Pessoal
Tradicionalmente, o Dia das Mães é uma data que reúne as pessoas para celebrar a união, o amor e a família. Reunir os filhos para confraternizar a data e receber presentes é uma tradição, mas nem todo mundo pode ter essa troca física na data especial. Neste domingo (12), o g1 traz histórias de duas mães de Campo Grande (MS) que precisam lidar com a saudade e a preocupação de ter os filhos em cidades do Rio Grande do Sul, que sofre com os temporais dos últimos dias.
A servidora pública Lucimar Cavalcanti de Oliveira passa pela primeira vez, em 24 anos, o Dia das Mães longe do filho caçula, Matheus Cavalcanti de Oliveira, por um motivo nobre. Matheus é cabo do Exército e está ajudando no resgate das vítimas das enchentes que deixou dezenas de pessoas mortas e centenas desaparecidas na região sul do país.
"Quando ele me contou que iria trabalhar fiquei muito apreensiva pela situação, mas muito grata porque ele estava indo para salvar vidas de pessoas que estão precisando. Ele está muito feliz por ajudar, mas não tem previsão de voltar".
Atualmente, Matheus compõe o 3º Batalhão de Aviação do Exército e realiza os resgates na cidade de Lajeado (RS). "Meu filho já foi pra outras missões, mas sempre fico apreensiva. Sei que ele tá ajudando, mas agora por ser Dia das Mães dói ainda mais", disse Lucimar.
Pela primeira vez, Lucimar passa o Dia das Mães longe do filho, Matheus
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O filho dela integra o grupo de militares de Mato Grosso do Sul que atuam no Rio Grande do Sul, que vive uma de suas piores tragédias climáticas. Até o momento, as enchentes no estado já causaram dezenas de mortes e pessoas feridas desde 29 de abril, segundo a Defesa Civil.
O sentimento de Lucimar é compartilhado pela aposentada Maria José Cavalcanti, que também vai passar o domingo sem a companhia da filha caçula, Gabriela, Mariana Cavalcanti. A jovem atualmente mora na cidade Palmeira das Missões (RS), onde cursa Enfermagem na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Ao g1, Maria José relatou que nos últimos dias, em meio a toda situação que parou o país, perdeu tio e a filha não teve como deixar o Rio Grande do Sul por conta do isolamento do local em que estava.
"A cidade dela não foi tão afetada, mas ela ficou alguns dias sem energia e internet. Eu perdi o meu tio e pedi pra ela vir para Campo Grande por toda a situação que estava acontecendo lá, mas não tinha como porque as estradas estão interditadas pelas pontes que desabaram e o aeroporto também fechou. Ninguém pode entrar ou sair, e isso me assusta".
Maria José e a filha Mariana
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Mariana recebe auxílio-moradia e por isso mora dentro faculdade. Maria José conta que o sentimento é de angústia por ver a filha caçula distante em um momento tão delicado.
"Durante a semana tem gente na faculdade, mas no fim de semana é muito complicado porque só ficam os alunos. Minha filha tenta me passar segurança de que está tudo bem, mas vimos tantos lugares que as pessoas estavam bem e em segurança e tudo isso aconteceu. Rezo pelas mães que têm filhos nestas cidade alagadas, o povo está unido para reconstruir o Rio Grande do Sul".
Como ajudar
Enchentes no RS
Anselmo Cunha/AFP
Várias instituições de Campo Grande estão mobilizadas para receber doações e ajudar as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul.
O Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Tropeiros da Querência, que fica no bairro Vilas Boas, é um dos locais que concentra o maior número de doações para o Rio Grande do Sul de Campo Grande. Em meio a várias roupas, alimentos, água, voluntários se desdobram para organizar as doações.
Podem ser doados:
alimentos não perecíveis;
produtos de higiene;
produtos de limpeza;
água mineral;
roupas de cama e banho.
Veja a lista completa de onde doar clicando aqui.
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