Ele afirmou que construiu essa impressão tanto pelos resultados acumulados nos últimos anos como pelos comentários de jogadores de outros países.
"Escuto aqui na Juventus e leio bastante sobre isso. A gente aceita essa responsabilidade. É inegável que somos favoritos", afirmou ele nesta terça (15), após o treino realizado em Turim, na Itália, no complexo esportivo da Juventus, onde a seleção fica até sábado, quando parte para o Qatar.
"É inegável pelos números que temos feito, a sequência de vitórias, pelos nomes que temos e pela forma com que estamos jogando", declarou Danilo.
Danilo atua na equipe italiana desde 2019 e entre seus companheiros estão dois atletas do primeiro adversário do Brasil na Copa, os sérvios Kostic (ala) e Vlahovic (centroavante).
A estreia do Brasil será na quinta-feira (24), às 16 horas (de Brasília).
Segundo o lateral, além do Brasil, França e Argentina fazem parte do grupo de favoritos ao título e, acredita ele, também devem ir longe na competição no Oriente Médio.
Ao responder a um jornalista italiano -cuja seleção não se classificou para a Copa pela segunda vez seguida- por que razões achava que o Brasil pode conquistar o hexacampeonato, Danilo afirmou que, para os jogadores da seleção, a camisa tem um peso diferente.
"Quando entramos em campo, vem aquela sensação de ser aquele menino que sonhava jogar na seleção e abraçar a família com a taça em mãos. Isso nos dá uma força", disse, em italiano.
O jogador minimizou comentários sobre o fato de a seleção, entre os adversários sul-americanos, não ter enfrentado equipes fortes em seu percurso recente. "A maioria joga na Europa, conhece o trabalho e o futebol desenvolvido aqui."
Considerado titular, Danilo comentou a presença de Daniel Alves, 39, na equipe. A convocação do colega que deve ser seu reserva foi uma mais contestadas.
Para o lateral da Juventus, Daniel é uma peça importante dentro de campo, por sua qualidade técnica e pela posição de liderança.
"Daniel Alves tem poder de resiliência e uma capacidade de dar a volta por cima incrível. Ele tem características que eu não tenho condição de dar, como colocar alguém na cara do gol e descobrir espaços, coisas que nem mesmo outros, de outras posições, têm."
De fala bem articulada, Danilo se mostrou confortável na primeira entrevista pré-Copa, muito pelo fato de se sentir em casa. Ele brincou com o fato de morar a 12 minutos do complexo esportivo da Juventus.
Como parte de seu preparo físico e mental, comentou que a prática da ioga é algo que leva para os dias de concentração.
No treino desta terça, os jogadores aparentavam tranquilidade, sem demonstrações efusivas de brincadeiras e descontração, seja pela concentração ou pelo fato de ter sido o primeiro com 25 dos 26 convocados.
Sobre sua posição entre os defensores, Danilo afirmou que a presença de nove atacantes no grupo sinaliza a confiança de Tite na defesa brasileira.
O jogador destacou ainda a importância de Neymar na equipe, não só do ponto de vista técnico. Para ele, a dependência técnica de antes evoluiu para um trabalho coletivo.
"Ele [Neymar] faz com que os jogadores ao lado dele fiquem maiores e joguem melhor. Nem sempre é visto esse lado, mas ele joga o grupo pra cima, nos dá muita confiança. Está no futebol europeu há muitos anos e desenvolveu uma forma positiva de ver cada situação."
TREINO NO FRIO
Com o outono no hemisfério Norte, o treino da seleção ocorreu com temperatura abaixo de 10 graus Celsius e umidade acima de 90%, por volta das 15h no horário local (11h em Brasília).
Na mesma hora, em Doha, capital do Qatar, foram registrados 29 graus Celsius e umidade de 57%.
Antes das atividades, Tite conversou rapidamente com os jogadores, organizados em círculo.
O zagueiro Marquinhos, que não atuou domingo pelo Paris Saint-Germain devido a um desconforto muscular, foi poupado da maior parte da atividade.
Neymar, que chegou a Turim com atraso, juntamente com Marquinhos, devido a um problema na aeronave na França, participou de quase todo o treinamento.