As recentes enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram consequências para a indústria automobilística. A região, que responde por cerca de 5% das vendas totais de veículos no Brasil, enfrenta agora a perspectiva de atrasos significativos na produção e perdas financeiras alarmantes. Em entrevista ao Jornal da Manhã, Antônio Jorge Martins, professor do curso de automotiva da Fundação Getúlio Vargas (FGV), destaca que a estimativa é de que 12 mil veículos deixarão de ser comercializados nos próximos três meses, afetando diretamente a produção mensal de grandes fabricantes como a General Motors (GM), além da produção de caminhões e ônibus, que deve ser reduzida pela metade.
Além dos atrasos na produção, a inundação causou danos diretos a veículos estocados, com aproximadamente 3 mil unidades inutilizadas. Esse cenário complica ainda mais a situação do setor automotivo, que já enfrenta desafios significativos devido a mudanças estruturais e à crescente digitalização. A presença de cerca de 200 mil veículos inutilizados, representando entre 5 a 10% da frota circulante no estado, evidencia a magnitude do desastre para a indústria e para os proprietários de veículos afetados. Consultorias especializadas estimam um período de aproximadamente três meses para a normalização da produção e das vendas. Esse intervalo é crucial para que empresas como a GM possam retomar seu ritmo e acompanhar o crescimento do mercado.