O Irã confirmou na madrugada desta segunda-feira (20) a morte do presidente Ebrahim Raisi, após a queda do helicóptero que o transportava de volta ao país depois de uma visita à fronteira com o Azerbaijão neste domingo (19). Raisi estava acompanhado de sua comitiva, incluindo o chanceler Hossein Amirabdollahian. O primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, deve assumir o comando do país, neste momento, até a realização de novas eleições.
Segundo a agência de notícias oficial IRNA, mais de 20 equipes de resgate equipadas com drones e cães farejadores, haviam sido enviadas ao local do acidente, próximo à cidade de Jolfa, a cerca de 600 quilômetros da capital, Teerã.
A busca foi acompanhada pela comunidade internacional, dada a relevância do Irã no Oriente Médio, região abalada pelo conflito entre Israel e o Hamas, um aliado de Teerã. Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Kuwait ofereceram ajuda nas buscas, assim como a Síria e o Iraque. A Turquia enviou 32 socorristas e seis veículos para participar do resgate.
Eleito em 2021, Ebrahim Raisi foi uma figura proeminente no Irã e como presidente supervisionava todo o trabalho do governo. Era a segunda pessoa mais poderosa na estrutura política do Irã, depois do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
Era visto como um político linha-dura e ultraconservador. Apoiou militantes por procuração em todo o Oriente Médio, acelerou o programa nuclear do país e levou o Irã à beira da guerra com Israel. No entanto, no mesmo período, o Irã passou por seus maiores protestos contra o governo em décadas e por uma grave desaceleração econômica causada por sanções internacionais e alto índice de desemprego.