Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e Bruno César Malheiros dos Santos foram enviados para o Presídio Militar Estadual. Os dois respondem pela morte do ex-vereador Dinho Vital, de 40 anos. Presídio em Campo Grande
Divulgação/Agepen
Os policiais militares Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e Bruno César Malheiros dos Santos, que foram presos por matarem o suplente de vereador de Anastácio (MS), Dinho Vital, de 40 anos, foram transferidos para o Presídio Militar Estadual, em Campo Grande (MS).
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Os agentes foram presos na sexta-feira (17), durante operação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Militar. O advogado dos policiais, Lucas Arguelho, afirmou que vai entrar com pedido de revogação da prisão ainda nesta segunda-feira (20).
Segundo a defesa, Valdeci e Bruno, que estão afastados das funções por ordem médica, agiram em legítima defesa, durante o "estrito cumprimento do dever legal". O advogado ainda afirmou que os clientes estavam na festa em que a confusão começou como convidados: um por amigos e outro como auxiliar da banda que tocou na confraternização.
Equipes do Gaeco em frente a um dos endereços alvo de busca e apreensão
Divulgação/Gaeco
Segundo apurado pela reportagem, um dos componentes para a prisão dos policiais foram os indícios de que eles mentiram em depoimento. Outro ponto em investigação é se Valdeci e Bruno trabalhavam como seguranças do ex-prefeito de Anastácio, Douglas Melo Figueiredo, no dia do crime.
Figueiredo também foi alvo de mandado de busca e apreensão durante a operação, mas acabou preso em flagrante por possuir armas em casa sem autorização. No entanto, ele foi liberado após pagar R$ 15 mil de fiança.
Como nenhum dos militares estava de serviço no momento do crime, o caso investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, agora, deve ser enviado para a Polícia Civil. A corporação continuará com o procedimento interno, que pode resultar na expulsão dos policiais.
Família deu outra versão
Marilene e Dinho, com os filhos.
Arquivo pessoal
A versão de que os policiais agiram por legítima defesa foi contestada pela viúva de Dinho Vital.
A psicóloga Marilene Ferreira Beltrão, de 43 anos, disse ao g1 que testemunhou a morte do marido e afirmou que ele não estava armado no momento que foi atingido pelos disparos.
"Não houve confronto, ele nem viu quem matou ele, não teve chance de defesa. No primeiro tiro, ele estava olhando pra mim, ele estava bem na frente do veículo e eu acenava pra ele", detalhou.
O caso
Ex-vereador de Anastácio, Dinho Vital, foi baleado na BR-262.
Reprodução/Aquidauana News
Dinho Vital, 40 anos , ex-vereador de Anastácio (MS) e suplente do vereador Professor Aldo (PDT), foi morto por dois policiais militares que estavam de folga, na tarde de quarta-feira (8), na BR-262, após uma briga generalizada durante a festa de aniversário de 59 anos da cidade.
De acordo com a Polícia Militar, os dois agentes da corporação estavam na festa, mas não cumpriam horário de trabalho. No entanto, após Dinho ser retirado da chácara onde ocorria a festa, depois da confusão, os militares foram comunicados que ele estava armado, informou a PM.
Ainda conforme a PM, os dois policias foram até a saída da chácara e encontraram Dinho com uma pistola, anunciaram que eram policiais e pediram que ele colocasse a arma no chão. Segundo a polícia, o suplente não obedeceu a ordem e avançou contra os militares, que dispararam.
"O homem não acatou a ordem legal dos PMs e, com arma em punho, partiu em direção aos policiais, diante do risco de vida dos policiais e de terceiros, eles efetuaram disparos contra o homem armado", completou a PM, em nota.
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