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Presidente da Federação é preso em operação que investiga desvio de mais de R$ 6 milhões

O presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário, foi preso na manhã desta terça-feira, durante operação Cartão Vermelho, comandada pelo Gaeco.


Foto: Investiga MS

O presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário, foi preso na manhã desta terça-feira, durante operação Cartão Vermelho, comandada pelo Gaeco.

Cezário foi levado para Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário. Advogado, ele foi acompanhado por uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, por enquanto, deve ficar detido no presídio de trânsito da Polícia Militar.

Também estão presos: Humberto Alves Pereira, Francisco Carlos Pereira, Valdir Alves Pereira e Marcelo Gustavo.

A Operação Cartão Vermelho, realizada pelo Gaeco nesta terça-feira, cumpre 7 (sete) mandados de prisão preventiva, além de 14 (quatorze) mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.
A investigação aponta que os valores desviados da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, no período de setembro de 2018 até fevereiro de 2023, superaram a casa dos R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais).

No curso das diligências desta manhã, a polícia já apreendeu mais de 800 mil reais. O nome da operação, Cartão Vermelho faz alusão ao instrumento utilizado pelos árbitros para expulsar os jogadores que cometem faltas graves durante as partidas de futebol.

Durante 20 meses de investigação, foi constatado que se instalou, na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, uma organização criminosa, cujo principal objetivo era desviar valores, sejam provenientes do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênio, subvenção ou termo de fomento) ou mesmo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em benefício próprio e de terceiros.

"Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema", diz nota do MPE.

Os investigadores identificaram que os integrantes da organização criminosa realizaram mais de 1.200 (um mil e duzentos) saques, que ultrapassaram o montante de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais).

A organização criminosa também possuía um esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol.

"Esse esquema de peculato estendia-se a outros estabelecimentos, todos recebedores de altas quantias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. A prática consistia em devolver para os integrantes do esquema parte dos valores cobrados naquelas contratações (seja de serviços ou de produtos) efetuadas pela Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul", informa o Gaeco.

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