A Polícia Civil prendeu dois homens, de 19 anos, por envolvimento no assassinato do pintor Magno Fernandes Monteiro, de 42 anos, em Sidrolândia. Ele estava desaparecido desde abril do ano passado.
As prisões ocorreram na tarde desta quarta-feira (22), após uma testemunha ter encontrado os restos mortais de Magno no quintal do terreno onde ele morava.
Segundo a Polícia Civil, a testemunha foi ao quintal da residência colher mandiocas e após cavar a terra, se assustou ao notar a presença de um objeto estranho. Ao ter conhecimento que a investigação sobre o desaparecimento de Magno estava em curso, de imediato a testemunha acionou a delegada responsável pelo caso, Cynthia Gomes, que ao chegar no local constatou que se tratava de uma provável ossada humana e acionou a perícia científica.
Em seguida, os policiais civis, com apoio de policiais militares, agiram rápido, e foram até o trabalho do suspeito e fez a prisão dele em flagrante por ocultação de cadáver. Na delegacia, o suspeito confessou o crime e apontou os outros dois envolvidos no homicídio, dando detalhes da empreitada criminosa, narrando a crueldade da ação.
"Ele disse que executaram a vítima com marteladas no crânio, além de facadas no abdômen e que o enterraram ainda com vida, aos gritos, no quintal da casa em que residia", contou a delegada.
Com o nome do segundo envolvido no crime, o GOI (Grupo de Operações e Investigações) foi acionado e, com os policiais da Delegacia de Sidrolândia, fizeram o levantamento do endereço do outro suspeito, efetuando a prisão na residência dele. Na delegacia, esse segundo envolvido também confirmou a participação no crime, dando sua versão sobre a dinâmica da execução.
O caso teve uma reviravolta há cerca de dois meses quando uma mulher, também investigada de participação nesse homicídio, foi até a Delegacia de Polícia registrar uma ocorrência de violência doméstica e no registro informou que o autor, seu namorado, disse que faria com ela o mesmo que fez com a vítima, ou seja, que a mataria e enterraria o corpo no quintal da casa. A partir daí a Polícia Civil, que até então tinha como linha investigativa para o desaparecimento da vítima eventual dívida de drogas, já que ele era usuário, corrigiu rotas e passou a ter como principal suspeito o verdadeiro autor. "Ele chegou a prestar depoimento na delegacia sobre os fatos na época, mas negou a autoria e naquele momento não realizamos sua prisão, pois não tínhamos elementos concretos para mantê-la." Alegou a delegada Cynthia Gomes.
Com a descoberta da ossada, a Polícia Civil realizou a prisão em flagrante do autor, que mudou seu primeiro depoimento prestado na delegacia, no qual alegou não ter participação no homicídio, e dessa vez confessou o crime, descrevendo detalhadamente a ação e entregando os outros dois coautores. Dois dos três autores foram presos, estando o terceiro foragido.
Além dos coautores também foram ouvidas duas testemunhas e uma mulher, investigada por participar do homicídio prestando auxílio material. Os autores serão indiciados pelos crimes de homicídio qualificado (por motivo fútil, com emprego de meio cruel e por recursos que impediram a defesa da vítima) e por ocultação de cadáver.