Um ataque aéreo israelense neste domingo (26) em um centro de deslocados (local de ajuda humanitária) próximo à cidade de Rafah, no sul de Gaza, deixou pelo menos 35 mortos e dezenas de feridos. O Ministério de Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, classificou o ataque como um “massacre horroroso” e informou que a maioria das vítimas são crianças e mulheres, além de cerca de 50 feridos. O exército israelense confirmou que a ação visava dois altos dirigentes do Hamas, Yassin Rabia e Khaled Nagar, em uma instalação em Rafah Segundo o país judeu, eles foram abatidos. Ambos estariam envolvidos em atividades do Hamas na Cisjordânia, incluindo o planejamento de ataques e a administração de recursos.
O Hamas acusou Israel de “atacar deliberadamente” o centro de deslocados e convocou os palestinos a protestarem contra o que chamou de “massacre sionista”. O ataque ocorreu após Israel ter sido alvo de pelo menos oito foguetes disparados de Rafah, que atingiram áreas como Tel Aviv. Desde o início do conflito em 7 de outubro, após um ataque de comandos islamistas que matou mais de 1.170 pessoas no sul de Israel, incluindo civis, o Estado judeu lançou uma ofensiva contra Gaza, prometendo “aniquilar” o Hamas. Segundo o Ministério de Saúde de Gaza, o conflito já resultou na morte de 35.984 palestinos, principalmente mulheres e crianças.
Enquanto isso, negociações indiretas mediadas por Estados Unidos, Egito e Catar estão estagnadas desde o início de maio, após o início das operações terrestres israelenses em Rafah. O presidente dos EUA, Joe Biden, expressou compromisso com uma diplomacia emergencial para alcançar um cessar-fogo e a libertação de reféns. Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram que reconhecerão a Palestina como Estado nesta terça-feira (26). A União Europeia defende uma Autoridade Nacional Palestina forte para promover a paz — o Hamas, no poder em Gaza, é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e a UE. A situação humanitária no enclave palestino é grave, com cerca de 800 mil pessoas deslocadas e enfrentando risco de fome e colapso dos serviços de saúde devido ao cerco israelense. A ONU alerta para uma crise humanitária catastrófica na região.