PMNAS

Câmara pauta urgĂȘncia de projeto que equipara aborto ao homicĂ­dio

EstĂĄ na pauta do plenĂĄrio da Câmara dos Deputados desta quarta-feira (5) o pedido de urgĂȘncia para o Projeto de Lei nÂș 1.

Por Midia NAS em 05/06/2024 às 12:11:28

EstĂĄ na pauta do plenĂĄrio da Câmara dos Deputados desta quarta-feira (5) o pedido de urgĂȘncia para o Projeto de Lei nÂș 1.904/2024 que equipara o aborto realizado acima de 22 semanas de gestação ao homicĂ­dio simples, aumentando de dez para 20 anos a pena mĂĄxima para quem realizar o procedimento.

AlĂ©m disso, o texto fixa em 22 semanas de gestação o prazo mĂĄximo para abortos legais. Hoje em dia a lei permite o aborto nos casos de estupro; de risco de vida à mulher e de anencefalia fetal (quando não hĂĄ formação do cĂ©rebro do feto). Atualmente, não hĂĄ no Código Penal um prazo mĂĄximo para o aborto legal.

De autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL/RJ), o texto conta com a assinatura de 32 parlamentares. Caso o pedido de urgĂȘncia seja aprovado, o texto pode ser apreciado no PlenĂĄrio à qualquer momento, sem necessidade de passar pelas comissões da casa, o que agiliza a tramitação da medida.

Atualmente, o aborto não previsto em lei Ă© punido com penas que variam de um aos trĂȘs anos, quando provocado pela gestante ou com seu consentimento, e de trĂȘs a dez anos, quando feito sem o consentimento da gestante. Caso o projeto seja aprovado, a pena mĂĄxima para esses casos passa a ser de 20 anos nos casos de cometido acima das 22 semanas, igual do homicĂ­dio simples previsto no artigo 121 do Código Penal.

Ao justificar o projeto, o deputado Sóstenes sustentou que "como o Código Penal não estabelece limites mĂĄximos de idade gestacional para a realização da interrupção da gestação, o aborto poderia ser praticado em qualquer idade gestacional, mesmo quando o nascituro jĂĄ seja viĂĄvel".

Ainda segundo o parlamentar, o aborto após 22 semanas deve ser encarado como homicĂ­dio. "Quando foi promulgado o Código Penal, um aborto de Ășltimo trimestre era uma realidade impensĂĄvel e, se fosse possĂ­vel, ninguĂ©m o chamaria de aborto, mas de homicĂ­dio ou infanticĂ­dio", destacou.

O projeto deve sofrer resistĂȘncia no plenĂĄrio. A liderança do bloco PSOL/PV, deputada federal Erika Hilton (PSOL/SP), sustentou a AgĂȘncia Brasil que o texto busca criminalizar vĂ­timas de estupro que tĂȘm direito ao aborto legal.

"Para a extrema-direita, crianças sendo mães ou na cadeia após sofrerem um estupro deve ser a normalidade no Brasil", disse a parlamentar, acrescentando que os defensores do projeto querem "que estupradores tenham direito a serem pais, enquanto colocam na cadeia crianças, mulheres e pessoas que gestam que sofreram a pior violĂȘncias de suas vidas".

Ainda segundo a liderança, a medida penaliza servidores da saĂșde que atuam pra cuidar das mulheres e crianças vĂ­timas de estupro que buscam acesso à cuidado e acolhimento no sistema de saĂșde.

*MatĂ©ria atualizada às 11h16min para acrĂ©scimo de informações.

Comunicar erro
Camara Municipal de NAS

ComentĂĄrios

Publicidade 728x90 2 Camara Vol 2