O jovem de 19 anos preso por sequestrar um dentista, de 30 anos, em Campo Grande, no último final de semana, foi solto ao passar por audiência de custódia nessa quarta-feira (12). Além dele, dois adolescentes, de 15 e 17 anos, também foram apreendidos por envolvimento na ação.
Questionado sobre o crime, o jovem negou e alegou apenas que estava dando uma volta pela cidade no carro de um conhecido. Ele alegou que se encontrou com os dois adolescentes em um beco do bairro Tiradentes, durante a madrugada de sábado (08), onde também estava o dentista.
O profissional alegou na conversa que havia brigado com a namorada, não podia voltar para casa e queria usar drogas. Foi então que um dos adolescentes ofereceu dar uma volta no veículo da vítima, modelo Honda City, para comprar entorpecentes.
No caminho, o motorista foi rendido pelos menores, que passaram a fazer ameaças e exigindo dinheiro e a senha do cartão bancário, que foi utilizado em conveniências para comprr bebidas e outras coisas.
Alem disso, a vítima foi obrigada a fazer transferências via PIX na ordem de R$ 1 mil e mais R$ 200, depois foi feito refém e abandonado no meio da BR-262 enquanto o trio fugiu com o veículo dele.
A prisão
A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos (DEFURV) investigoi o caso a partir de domingo (09), quando a vítima registrou a queixa. O local dos fatos e modo de agir dos criminosos chamou a atenção dos policiais.
Logo de início fez recair sobre um menor de 17 anos, conhecido por outros crimes semelhantes. Ao ver a fotografia do adolescente suspeito, a vítima prontamente o reconheceu.
Em seguida, os policiais identificaram o destinatário de uma transferência PIX realizada pelos criminosos. Ao localizá-lo, ele relatou ter apenas recebido o valor a pedido de sua patroa, para quem repassou o mesmo valor.
A mulher também estava no local e contou ter apenas feito um favor para seu irmão e amigo, para quem repassou o dinheiro em espécie, mas sem saber do que se tratava. Essa mulher estava foragida e tinha um mandado de prisão aberto, que foi cumprido.
Os outros dois autores, sendo um destes de 15 anos, também foram localizados pela investigação e logo confessaram o crime. Na posse do maior, foi apreendido o telefone celular da vítima.
Eles receberam voz de prisão e apreensão em flagrante. Ao ser interrogado na DEFURV, o maior de idade mudou a versão e negou o crime, alegando que os responsáveis seriam os dois menores e um quarto indivíduo, maior de idade, que não foi localizado.
Ele ainda disse que o mandante do crime é conhecido pelo apelido de Corote, sendo interno de um presídio e o carro provavelmente seria vendido no Paraguai. O automóvel ainda não foi localizado. O caso continua sendo investigado.
Audiência de custódia
O juiz responsável ressaltou que não ficou comprovado a participação do rapaz na dinâmica do assalto e por essa razão decidiu pela soltura, mas sob medidas restritivas e o uso da tornozeleira eletrônica.
"Não estou convencido da necessidade da prisão. Somado a isso, o fato de se tratar de um indiciado tecnicamente primário, apesar das passagens quando ainda adolescente e que não podem ser levadas em consideração após a maioridade. Portanto, substituirei a prisão por medidas cautelares diversas", decidiu o juiz