Queimadas, que começaram mais cedo neste ano, saltaram mais de 1100% no bioma em comparação com 2023. Mais de 90 militares atuam no combate às chamas. Corumbá amanheceu encoberta por uma névoa espessa de fumaçaDivulgaçãoMilitares do Exército Brasileiro atuam em conjunto com o Corpo de Bombeiros no combate aos incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul. As queimadas, que começaram mais cedo neste ano, saltaram mais de 1100% no bioma em comparação com 2023. Em razão do fogo, imagens mostram uma densa nuvem de fumaça que cobriu a região do Forte Coimbra, em Corumbá (MS). O Comando Militar do Oeste (CMO), informou que militares da 18° Brigada de Infantaria de Pantanal atuam com o Corpo de Bombeiros no controle de focos de incêndio nas proximidades do Forte Coimbra. Imagens mostram que a região amanheceu encoberta por uma névoa espessa de fumaça nesta sexta-feira (14), causada pelas queimadas. Um vídeo gravado no Forte Coimbra mostra as chamas se espalhando pela vegetação nativa. O Corpo de Bombeiros informou que na região duas guarnições monitoram e combatem focos de incêndio em dois locais diferentes. Além dos militares em solo, a aeronave Air Tractor ajuda no reconhecimento dos focos e no combate pelo ar. Exército ajuda no combate a queimadas no PantanalDe acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), até maio deste ano, 332 mil hectares do bioma foram consumidos pelas chamas. O Pantanal tem 16 milhões de hectares.A extensão destruída entre janeiro e maio superou em 39% o registrado no mesmo período de 2020, o pior ano da série histórica até então. Desde janeiro de 2024, uma área duas vezes maior que o tamanho da cidade de São Paulo já queimou no Pantanal, conforme o Lasa-UFRJ.LEIA TAMBÉM:Área queimada em 5 meses é 39% maior do que pior ano da história do biomaIncêndios disparam mais de 1000% e bacia do rio Paraguai tem seca recordeFocos de incêndios já tem o pior junho de toda série histórica do InpeOperação PantanalA Operação Pantanal foi deflagrada em abril deste ano e está em seu 73º dia de ação no combate às chamas no bioma. Só no mês de junho, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já registrou mais de 733 focos de queimadas no Pantanal. É o maior número de queimadas para o mês de junho desde o começo do monitoramento, em 1998. Ao todo, 96 militares estão envolvidos na operação, sendo 83 bombeiros militares do comando de operações e guarnições de combate, 3 bombeiros que operam a aeronave Air Tractor e 10 militares do Exército Brasileiro atuam na operação em conjunto.Bombeiros combatem incêndios no Pantanal de Mato Grosso do Sul.CBMMS/ReproduçãoPara especialistas, a escalada do fogo em 2024 caminha para um cenário semelhante ao de 2020, até então o pior ano para o Pantanal desde o fim da década de 1990. O representante da ONG SOS Pantanal, o biólogo Gustavo Figueirôa, vê com muita preocupação o aumento das chamas e o início de um período mais seco no bioma."Vemos estes incêndios se alastrando de forma muito rápida, ganhando uma força grande e a tendência é só piorar daqui para frente. Acho que esse é o sinal para que os órgãos públicos ajam em conjunto, cooperem para atuar quanto antes, não esperar a situação sair completamente fora de controle para tentarem atacar só na remediação", pontua Figueirôa.Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: