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Política

Às vésperas de nova reunião do Copom, governo volta a entrar em conflito com presidente do Banco Central

Terminou o período de trégua entre o governo federal e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.


Terminou o período de trégua entre o governo federal e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Após a aproximação do economista com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro, integrantes da gestão federal e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viraram os canhões para Campos Neto. O homem que comanda o BC, cujo mandato termina em dezembro deste ano, foi duramente criticado pelos governistas durante os primeiros meses do Lula 3, mas o embate esfriou após os juros começarem a cair no Brasil. No entanto, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu a velocidade dos cortes e indicou que não é certaza e que a haverá nova queda na próxima reunião, que começará na próxima terça-feira (18) e acabará na quarta (19).

“Estamos reféns de um sistema financeiro que praticamente domina a imprensa brasileira. Ninguém fala da taxa de juros de 10,25% em um país com uma inflação de 4%. Pelo contrário, dão uma festa para o presidente do Banco Central. Quem deu a festa deve estar ganhando com esses juros”, disse Lula, em entrevista coletiva na Itália, onde participou da cúpula do G7. O jantar citado pelo presidente foi oferecido por Tarcísio de Freitas. Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, o governador sondou Campos Neto para a vaga de ministro em um cenário em que Tarcísio troque o Palácio dos Bandeirantes pelo Palácio do Planalto nas próximas eleições. O economista teria dito “sim”, mas aconselhado Tarcísio a não concorrer à Presidência.

Deputados, senadores e ministros que compõem o governo Lula fizeram coro ao presidente. Simone Tebet, ministra do Planejamento, disse que Campos Neto precisa “conter sua pretensão política”. Márcio França, que chefia a pasta do Empreendedorismo, especulou que o mercado critica Fernando Haddad, da Fazenda, para “meter a mão” na indicação de Lula ao Banco Central. O presidente da autarquia evita a tecer comentários políticos, mas já demonstrou publicamente algumas discordâncias com o presidente. A principal delas é a autonomia do BC.

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