Incêndios, que começaram mais cedo neste ano, já devastaram mais de 346 mil hectares em Mato Grosso do Sul. Militares de forma incessante contra o fogo
Corpo de Bombeiros
O Ministério do Meio Ambiente não descarta a busca por um auxílio internacional, por meio do Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia (CCRE), para o enfrentamento da seca e dos incêndios florestais que têm atingido o Pantanal.
A possibilidade é discutida depois que mais de 30 organizações assinaram uma carta pedindo que o governo solicite ajuda internacional para enfrentamento da seca e dos incêndios florestais que assolam o bioma. O apoio pode ser por transferência de tecnologia, envio de equipes e de recursos para custear o uso de aviões.
A seca, a estiagem e os efeitos do El Niño expuseram o bioma ao fogo antecipadamente, de acordo com especialistas. O bioma já registra o maior número de queimadas para um mês de junho desde o começo do monitoramento, em 1998.
"A instância internacional não está fora de nosso radar, mas estamos focando agora nas nossas forças, tanto no nível estadual, quanto no nível federal. Sabemos que normalmente isso acontece, os incêndios acontecem a partir de agosto. Esse ano ineditamente começou dois, três meses antes", disse o secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente, André Lima.
O documento, enviado ao Ibama e aos governos estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, detalha que o Pantanal enfrenta recorrência de incêndios florestais, como os que destruíram quase um terço da área em 2020 e afirma que em 2024 a situação se agrava novamente, com novos focos de calor sendo registrados.
De 1º de janeiro até a última terça-feira (17), 346.325 hectares do bioma já foram consumidos pelas chamas, em Mato Grosso do Sul. A área devastada é duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
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Seca e incêndios
Fogo se espalha de forma rápida no bioma.
CBMMS/Reprodução
Para especialistas, a escalada do fogo em 2024 caminha para um cenário semelhante ao de 2020, até então o pior ano para o Pantanal desde o fim da década de 1990. Outra preocupação é com a seca na região. Em Corumbá, uma das principais cidades do Pantanal sul-mato-grossense, praticamente não chove há mais de 55 dias, de acordo com meteorologistas da região.
Até maio deste ano, 332 mil hectares do bioma, que se espalha por Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, já foram consumidos pelas chamas. A extensão destruída já superou o registrado no mesmo período de 2020, o pior ano da série histórica.
Animais carbonizados e um cenário cinza tomam conta da da região pantaneira de Mato Grosso do Sul. O biólogo e diretor de comunicação da ONG SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, registrou de perto as cicatrizes que o fogo tem deixado na fauna e flora pantaneira. Uma das imagens mostra um jacaré carbonizado.
Fogo destrói áreas que antes eram alagadas, no Pantanal.
Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal
O combate ao fogo é uma união de esforços entre Corpos de Bombeiros, brigadas vinculadas ao Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios (PrevFogo) e grupos de brigadistas de ONGs, como a SOS Pantanal e o Instituto Homem Pantaneiro (IHP).
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