'Parece um pesadelo que nunca termina', diz pescador sobre incêndios no Pantanal
Fogo afeta ribeirinhos e coloca em risco a vida de animais.
Fogo afeta ribeirinhos e coloca em risco a vida de animais. Vento forte e tempo seco dificultam combate às chamas no bioma. 'Parece um pesadelo que nunca termina', diz ribeirinho sobre incêndios no PantanalConhecida como a capital do Pantanal, Corumbá (MS), tem ardido em chamas nos últimos dias e amanheceu nesta segunda-feira (24) coberta por uma densa nuvem de fumaça provocada pelos incêndios no bioma. A série de incêndios fez com que Mato Grosso do Sul decretasse situação de emergência para as cidades atingidas.O pescador Antônio Donizete Matos mora na beira do rio e se emociona ao falar de mais um ano com queimadas tão perto de sua casa.? Clique aqui para seguir o canal do g1MS no WhatsApp"Dói muito. Eu fico até sem palavras, fico emocionado quando eu falo do Pantanal, que eu vejo essa tristeza que está. Todo ano é fogo, todo ano é fogo, isso nunca acaba. Parece um pesadelo grande que nunca termina", desabafa.O fogo afeta a vida dos ribeirinhos e coloca em risco a vida de animais. Os números já superam o de 2020, quando houve recorde de devastação no bioma.Por causa das chamas, Antônio Donizete diz que tem até perdido as noites de sono. "Tem um buraquinho no meu barraco e eu ficava olhando para aquele buraco à noite. Quando eu vi que estava tudo calmo, eu dormia. Quando eu vi que eu começava a estralar, eu saía para fora para ver como é que estava, porque eu ia cercar ele aqui, né? ", diz.Casa do pescador Antônio Donizete Matos, em Corumbá (MS)GloboNews/ReproduçãoLEIA TAMBÉM:Capital do Pantanal é 'engolida' por fumaça de incêndios no bioma; veja antes e depoisPantanal: incêndio de 2024 supera o registrado no mesmo período de 2020, ano recorde de queimadasTemporada de queimadasBrigada combate incêndio florestal em CorumbáGloboNews/ReproduçãoO biólogo e coordenador do Instituto Homem Pantaneiro, Sérgio Barreto, recorda de anos anteriores, quando o bioma também foi varrido pelas chamas e alerta pelo que está por vir."A gente tem muitas lembranças negativas desses eventos, principalmente de 2020 e 2021, onde a gente teve os piores incêndios até então do Pantanal. Podemos falar dos resgates das onças pintadas, a gente pode falar das capivaras que carregamos nas costas. Então, são animais que sofrem não somente com a queimadura, mas são animais que acabam morrendo pelo respirar essas fuligens e morrem, principalmente, de pneumonia. Sem ar, sem alimento", fala.Animais correm risco durante temporada de incêndios no Pantanal.GloboNews/ReproduçãoA tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Tatiane de Oliveira, alerta para os próximos meses, que devem ser de mais incêndios."Lembrando que a gente está no início. A gente nem chegou num período mais crítico ainda. Essas condições tendem a piorar", explica.Incêndio atinge Corumbá (MS), no PantanalGloboNews/Reprodução