O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou no primeiro trimestre do ano uma queda de 5,1% no acumulado em 12 meses, de acordo com um relatório do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) divulgado nesta segunda-feira. O PIB aprofundou drasticamente sua retração desde a queda interanual de 1,2% registrada no último trimestre de 2023 e encadeou quatro trimestres no negativo. Em comparação com o quarto trimestre do ano passado, o PIB caiu 2,6% no primeiro trimestre de 2024, somando assim dois trimestres de retração. No primeiro trimestre, os diversos setores econômicos da Argentina operaram em um cenário de alta inflação (287,9% interanual em março; 51,6% acumulado no primeiro trimestre) e uma forte queda na demanda devido à queda no consumo, em meio ao severo ajuste fiscal implementado pelo presidente do país, Javier Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023.
A taxa de queda interanual registrada no primeiro trimestre é a maior desde o segundo trimestre de 2023. De acordo com dados oficiais divulgados nesta segunda-feira, em termos anuais, no primeiro trimestre a oferta global sofreu um colapso de 8,3%, combinando uma queda de 5,1% no PIB com uma queda de 20,1% nas importações de bens e serviços. O relatório oficial mostra que dos 16 setores que compõem o PIB, dez registraram queda interanual no primeiro trimestre de 2024. Entre os mais importantes, destacam-se as quedas em construção (-19,7%), indústria manufatureira (-13,7%) e atividades de intermediação financeira (-13%). Os economistas privados que o Banco Central da Argentina consulta mensalmente para seu relatório de expectativas projetam, em média, que em 2024 a economia do país cairá 3,8%, frente a uma contração de 1,6% em 2023.
*Com informações da EFE