Em Brasília, ainda não foi definido quem vai comandar o Banco Central. A expectativa é de que Gabriel Galípolo, diretor de política monetária, seja indicado para assumir o cargo. O presidente da República ainda não escolheu quem substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em 31 de dezembro. Campos Neto não conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que considera lento o processo de redução da taxa básica de juros, a Selic. Internamente, no Palácio do Planalto, a aposta é que Galípolo é o favorito para assumir o cargo, mesmo tendo votado com Campos Neto pela manutenção da Selic em 10,5% ao ano na reunião da semana passada.
Galípolo foi conselheiro do presidente durante a campanha de 2022 e atuou como número dois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Outros nomes também são considerados, como Paulo Pichetti, diretor de assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos do Banco Central, e o ex-ministro Guido Mantega, que deve participar como consultor na escolha do próximo nome. Pela lei da autonomia da autoridade monetária, cabe ao presidente da República a indicação dos nomes para a cúpula do Banco Central. Os indicados passam por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, com os nomes sendo levados à aprovação ou não do plenário da casa. Esse processo é crucial para garantir que o indicado tenha a competência e a confiança necessárias para liderar a política monetária do país.
Apesar das especulações, o governo não deve antecipar a indicação, que deve ocorrer apenas em dezembro. A antecipação poderia gerar mais turbulência em um cenário já instável, e o governo prefere evitar movimentos negativos adicionais. A decisão final será aguardada com grande expectativa, pois terá um impacto significativo na economia brasileira e na confiança dos mercados.
*Com informações do repórter André Anelli