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Skate, surfe e canoagem aproveitam vácuo de coletivos e são apostas do Brasil em Paris

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Place de la Concorde –a icônica praça pública que conecta os Jardins das Tulherias e a avenida Champs-Elysées, no centro de Paris–, o rio Sena e as grandes ondas do Taiti serão pontos de atenção para os brasileiros nos Jogos Olímpicos de 2024.


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Place de la Concorde –a icônica praça pública que conecta os Jardins das Tulherias e a avenida Champs-Elysées, no centro de Paris–, o rio Sena e as grandes ondas do Taiti serão pontos de atenção para os brasileiros nos Jogos Olímpicos de 2024.

Esses locais foram escolhidos para abrigar as disputas no skate, na canoagem e no surfe, modalidades em que o Brasil é favorito a conquistar medalhas, com nomes como Rayssa Leal, Gabriel Medina, Ana Sátila e Pepê Gonçalves.

Esses atletas carregam expectativas que antes eram depositadas nas disputas por equipes, como vôlei, futebol e basquete, que atualmente enfrentam diferentes desafios.

Em Paris, o Brasil terá, no máximo, seis equipes –o número depende da classificação do time masculino de basquete, que disputará difícil torneio pré-olímpico de 2 a 7 de julho. Até agora, cinco times estão garantidos, e apenas a seleção feminina de vôlei tem um histórico recente que permite considerá-la uma forte candidata a subir no pódio.

O time comandado por José Roberto Guimarães terminou a Liga das Nações em quarto lugar. Embora tenha feito uma primeira fase perfeita, com 12 vitórias em 12 jogos, perdeu a partida semifinal para o Japão e a disputa pelo bronze para a Polônia.

Prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a seleção feminina de vôlei vem de uma sequência de vices na Liga das Nações (2019, 2021 e 2022) e no Mundial de 2022, mostrando que chega frequentemente às decisões.

Já equipe masculina de vôlei, assim como os times femininos de futebol, handebol e rúgbi de sete, têm vaga garantida, mas não embarcam para Paris como favoritos.

A pressão recai sobre os ombros da jovem, mas experiente, Rayssa Leal. Medalhista de prata na estreia do skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a maranhense de 16 anos manteve a boa fase ao longo do ciclo olímpico.

Nas duas últimas competições, ela conquistou o ouro na etapa de San Diego da Street League e na etapa da China do Circuito Mundial. Nos dois campeonatos mundiais de 2023, ganhou um ouro e uma prata, terminando a temporada da modalidade street como a atleta mais consistente.

Campeã do Super Crown, a final da Street League em São Paulo, Rayssa é novamente favorita nos Jogos. Também vêm de bons resultados Augusto Akio, Pedro Barros e Luigi Cini.

"Nossos três medalhistas de Tóquio estão entre os 12 classificados: Pedro Barros, Rayssa Leal e Kelvin Hoefler. Eles sempre estarão entre os favoritos ao pódio em qualquer competição que disputam", disse à Folha de S.Paulo Eduardo Musa, presidente da CBSK (Confederação Brasileira de Skateboarding).

Segundo Musa, o Brasil ganhou novos nomes de qualidade e continua forte na modalidade.

"Ao longo deste ciclo, tivemos atletas como Augusto Akio, Luigi Cini, Raicca Ventura e Giovanni Vianna figurando nos pódios da corrida olímpica, além de Isadora Pacheco e Dora Varella fazendo final na China", citou o dirigente.

Há também confiança na participação dos brasileiros na briga por medalhas no surfe, com Gabriel Medina considerado fortíssimo candidato ao ouro. O paulista garantiu a vaga olímpica ao conquistar o título do ISA Games, realizado em Porto Rico em março deste ano.

Atual sexto colocado no ranking mundial, ele costuma se apresentar muito bem, no Taiti, ilha na Polinésia Francesa escolhida para receber a disputa olímpica. Medina chegou seis vezes à final da etapa do circuito mundial realizada no local, com dois títulos, e avançou às semifinais em outras duas ocasiões. Em sua participação mais recente, tirou uma nota 10.

Nos Jogos deste ano, ele terá a chance de superar a frustração vivida em Tóquio, quando chegou como favorito, mas terminou em quarto –o Brasil comemorou o ouro de Italo Ferreira na ocasião. Desta vez, Filipe Toledo e Tatiana Weston-Webb também prometem lutar para subir ao pódio.

Há também esperança em outra modalidade considerada radical, a canoagem slalom, disputada em rápidas corredeiras. São três categorias, caiaque cross (estreante nos Jogos), caiaque slalom e canoa slalom, com dois atletas brasileiros entre os destaques.

Pepê Gonçalves é dono do melhor resultado do país nesse esporte em uma edição olímpica, a sexta colocação no caiaque, no Rio de Janeiro, em 2016. Já Ana Sátila é tricampeã pan-americana na canoa slalom e, no último Pan, em Santiago, no ano passado, triunfou também no caiaque cross. Na última etapa da Copa do Mundo, foi prata na canoa.

A canoagem slalom fez sua estreia olímpica em Munique, em 1972, mas só voltou em Barcelona, em 1992. As provas de são realizadas em dois tipos de embarcação –caiaque e canoa–, com os atletas, de capacete, descendo corredeiras de até 300 metros de extensão.

"O Pepê Gonçalves é um atleta regular e polivalente, muito completo, e vem se destacando", observou Denis Terezani, supervisor da CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem). "A Ana Sátila também rema muito bem nas três categorias, mas seu potencial é acima da média na canoa. Ela é uma grande esperança de medalha para o Brasil."

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