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SaĂșde amplia vacinação contra o HPV para quem usa PrEP

UsuĂĄrios da chamada profilaxia prĂ©-exposição (PrEP) ao HIV, com idades entre 15 e 45 anos, passaram a integrar o pĂșblico-alvo para vacinação contra o HPV no Brasil.

Por Midia NAS em 03/07/2024 às 17:17:07

UsuĂĄrios da chamada profilaxia prĂ©-exposição (PrEP) ao HIV, com idades entre 15 e 45 anos, passaram a integrar o pĂșblico-alvo para vacinação contra o HPV no Brasil. A orientação consta em nota tĂ©cnica publicada nesta quarta-feira (3) pelo MinistĂ©rio da SaĂșde.

Segundo o documento, o grupo deve receber a vacina quadrivalente (HPV4), que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vĂ­rus. Nesse caso, o esquema indicado Ă© de trĂȘs doses, com intervalos de dois meses após a primeira e de quatro meses após a segunda.

UsuĂĄrios de PrEP com esquema completo de vacinação contra o HPV não devem ser imunizados novamente. JĂĄ usuĂĄrios de PrEP que jĂĄ foram imunizados contra o HPV, mas estão com esquema incompleto, devem completar as trĂȘs doses.

Para ser imunizado, basta procurar uma sala de vacina da rede pĂșblica e apresentar algum tipo de comprovação de que faz PrEP, incluindo formulĂĄrio de prescrição do imunizante, prescrição de PrEP, cartão de seguimento ou mesmo o próprio medicamento.

Quem pode tomar

AtĂ© então, o pĂșblico-alvo para vacinação contra o HPV incluĂ­a:

- crianças e adolescentes de 9 e 14 anos, com esquema de dose Ășnica;

- indivĂ­duos imunocomprometidos de 9 a 45 anos, incluindo pessoas que vivem com HIV e Aids, pacientes oncológicos e transplantados, com esquema de trĂȘs doses;

- pessoas de 15 a 45 anos vĂ­timas de violĂȘncia sexual, com esquema de duas doses para os de 9 a 14 anos (intervalo de seis meses entre elas) e de trĂȘs doses para os de 15 a 45 anos (intervalos de dois meses após a primeira e de quatro meses após a segunda).

O MinistĂ©rio da SaĂșde informou que "oportunizar o acesso à vacina HPV4 para usuĂĄrios de profilaxia prĂ©-exposição de risco à infecção pelo HIV pode ser considerada uma ação com impacto na prevenção das neoplasias relacionadas ao HPV, principalmente o câncer anal, nas populações que são desproporcionalmente afetadas por essas neoplasias".

A nota tĂ©cnica esclarece que estudos realizados na França, por exemplo, apontam alta prevalĂȘncia de HPV em usuĂĄrios de PrEP. "Destaca-se, ainda, que a oferta da vacina HPV aos usuĂĄrios de PrEP amplia o acesso à prevenção e ao tratamento das IST [infecções sexualmente transmissĂ­veis] aplicadas no âmbito individual e coletivo".

"A ampliação do pĂșblico-alvo para vacinação, aos usuĂĄrios de PrEP, sem prejuĂ­zo à população inicialmente coberta pela indicação da vacina Ă© fundamental para prevenção dos cânceres diversos causados pelo HPV", conclui o documento.

PrEP

A profilaxia prĂ©-exposição ao HIV consiste na tomada de medicamentos antirretrovirais de forma preventiva, com a finalidade de permitir ao organismo estar preparado para enfrentar um possĂ­vel contato com o vĂ­rus. A estratĂ©gia começou a ser oferecida pelo Sistema Único de SaĂșde (SUS) no fim de 2017.

No Brasil, a PrEP estĂĄ indicada para pessoas a partir de 15 anos, com peso corporal maior ou igual a 35 quilos, sexualmente ativas e que apresentam risco aumentado para infecção por HIV.

O ministĂ©rio cita como "populações-chave" para PrEP: gays e homens que fazem sexo com homens (HSH), trabalhadoras do sexo, pessoas privadas de liberdade, pessoas trans e pessoas que usam ĂĄlcool e outras drogas. Menciona, ainda, como "população prioritĂĄria" para PrEP: negros, adolescentes e jovens, indĂ­genas e pessoas em situação de rua.

Arte/AgĂȘncia Brasil

No serviço pĂșblico, a PrEP pode ser prescrita por enfermeiros, farmacĂȘuticos e mĂ©dicos da atenção primĂĄria à saĂșde ou de serviços especializados. Existem, atualmente, 939 unidades dispensadoras da profilaxia em 540 municĂ­pios brasileiros.

Dados do ministĂ©rio indicam que, em março de 2024, cerca de 85 mil pessoas estavam em uso de PrEP no paĂ­s, sendo 82% HSH; 3,2% mulheres trans/travestis; e 6,7% homens cisgĂȘneros (termo usado para definir pessoas que se identificam com o gĂȘnero ao qual estĂĄ associado o sexo biológico).

HPV

O papilomavĂ­rus humano (HPV) Ă© uma infecção sexualmente transmissĂ­vel associada a verrugas anogenitais e ao desenvolvimento de cânceres como de colo do Ăștero, vulva, pĂȘnis, ânus e orofaringe. A transmissão tambĂ©m pode acontecer por meio do contato direto com pele ou mucosa infectada e, portanto, mesmo na ausĂȘncia de penetração vaginal ou anal.

Majoritariamente, a infecção por HPV tem resolução espontânea no prazo de um a dois anos após a exposição. A infecção persistente, entretanto, pode evoluir para quadros de câncer.

Dentre os 12 tipos oncogĂȘnicos descritos de HPV, o 16 e o 18 são responsĂĄveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de Ăștero e mais da metade dos demais cânceres relacionados ao vĂ­rus, enquanto os tipos 6 e 11 respondem por cerca de 90% dos casos de verrugas genitais.

O ministĂ©rio alerta que a infecção por um determinado tipo viral não impede a infecção por outros tipos de HPV, quadro caracterizado como infecção mĂșltipla.

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