Dos R$ 4,76 bilhões em investimento do Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal, parte serĂĄ para a construção de duas maternidades em Mato Grosso do Sul. Ao todo, serão 36 novas maternidades em 21 estados brasileiros.
As duas unidades regionais serão instaladas em Dourados e Taquarussu, segundo o MinistĂ©rio da SaĂșde. As maternidades serão localizadas, prioritariamente, em macrorregiões de saĂșde com maiores Ăndices de mortalidade materna e com necessidade de leitos.
Recursos do Novo PAC, do Governo Federal, podem resolver problema crônico de MS que Ă© a falta de maternidades e centros de partos normais. De janeiro a dezembro do ano passado, 40,4 mil bebĂȘs nasceram em Mato Grosso do Sul, dos quais apenas 14,7 mil foram de parto normal.
Os dados do MinistĂ©rio da SaĂșde mostram uma realidade do Estado, a falta de centros especializados para parto normal e o risco de desassistĂȘncia e violĂȘncia obstĂ©trica a qual mulheres são submetidas.
Estrutura
De acordo com Mirela Pessatti, arquiteta responsĂĄvel pelos projetos, serão construĂdos estabelecimentos de saĂșde de mĂ©dia e alta complexidade que prestarão assistĂȘncia à gestante, puĂ©rpera e ao recĂ©m-nascido.
As unidades serão divididas em porte 1, com 8.200m2 e capacidade para atĂ© 100 leitos; e porte 2, com 10.150m2 e capacidade para atĂ© 150 leitos. As maternidades ofertadas serão de alto risco e contemplarão os seguintes setores assistenciais:
- centro de parto normal intra-hospitalar;
- ala de suĂtes de prĂ©-parto, parto e pós-parto;
- centro cirĂșrgico e obstĂ©trico;
- alojamentos conjuntos;
- quartos de internação de alto risco;
- unidade de terapia intensiva neonatal;
- unidade de cuidados intermediĂĄrios;
- unidade de canguru;
- unidades de terapia intensiva materna;
- suĂtes de expectação para mulheres em situações emergenciais;
- ĂĄreas privativas para mulheres vĂtimas de violĂȘncia;
- unidade de urgĂȘncia e emergĂȘncia;
- diagnóstico por imagem com radiologia;
- tomografia;
- ultrassonografia;
- cardiotocografia;
- laboratório de anĂĄlises clĂnicas;
- åreas de apoio técnico;
- banco de leite;
- apoio logĂstico e administrativo;
- ambulatório;
- casa da gestante bebĂȘ e puĂ©rpera.
Ănico CPN de MS fechou as portas em abril
Mato Grosso do Sul tinha apenas um centro de parto normal, que fechou as portas em abril de 2023. O serviço foi promovido por sete anos no Hospital Beneficente Dona ElmĂria SilvĂ©rio Barbosa, localizado em Sidrolândia.
A unidade fechou as portas por falta de equipe de retaguarda, composta por profissionais capacitados para intervir em casos de intercorrĂȘncias com as gestantes ou recĂ©m-nascidos. O investimento previsto era de R$ 200 mil por mĂȘs, recurso que não foi conseguido para manter o CPN.
O CPN de Sidrolândia realizou 1.736 partos nos Ășltimos sete anos. Era uma opção de parto não só para as mulheres do municĂpio, como para as cidades próximas, inclusive Campo Grande.