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Pantanal: incêndios são zerados e monitoramento segue contínuo, diz governo de MS

Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) não registraram focos de calor no bioma nas últimas 24 horas.

Por Midia NAS em 11/07/2024 às 16:15:05
Satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) não registraram focos de calor no bioma nas últimas 24 horas. Neste ano, mais de 766 mil hectares do território pantaneiro foi devastado pelo fogo. Governo de Mato Grosso do Sul diz que não há focos de incêndio no Pantanal

Os incêndios florestais zeraram no Pantanal nesta quinta-feira (11). As informações foram divulgadas em live realizada pelo governo de Mato Grosso do Sul. Neste ano, o fogo consumiu mais de 766 mil hectares do bioma, deixando um rastro de destruição e morte no território pantaneiro.

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Segundo o BDQueimadas, programa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), não foram registrados novos focos de incêndios no bioma, nas últimas 24 horas. Mesmo zerando o número de incêndios florestais, o PrevFogo só irá declarar "fogo extinto" após as temperaturas voltarem a subir.

Mesmo sem incêndios, que é a maior concentração de fogo, o monitoramento por todo o bioma segue por meio dos brigadistas do PrevFogo, Corpo de Bombeiros, Exército e militares enviados pela Força Nacional.

Corumbá nesta terça-feira (10).

Ariovaldo Dantas

"O satélite tem uma base de captura acima de 47ºC, então mesmo não havendo incêndios hoje no Pantanal sul-mato-grossense, a gente faz as atividades de monitoramento e rescaldo", explica a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar.

Sem incêndios, os focos de calor podem persistir no bioma, segundo especialistas. A preocupação do Corpo de Bombeiros é exatamente com o fogo subterrâneo, chamada de turfa e característica no solo do Pantanal. A matéria orgânica é resultante da decomposição da vegetação que se acumula no solo e pode alcançar vários metros de profundidade, tornando-se altamente inflamável.

"Apesar de uma massa de ar frio ter chegado esta semana favorecendo as condições de combate, diminuindo a temperatura e aumentando a umidade relativa do ar, as nossas equipes combateram os incêndios até a extinção, mas a tendência é que nos próximos dias as temperaturas voltem a se elevar, a umidade relativa do ar diminua e podemos ter mais uma vez uma sequência de incêndios no bioma", alerta a tenente-coronel.

Fogo recorrente

Fogo consome vegetação no Pantanal.

Araquém Alcântara

Desde o início de junho deste ano, o Pantanal sofre de forma mais intensa com o fogo. As mudanças climáticas e a seca severa que afetam a região do bioma fizeram com que a temporada de chamas fosse antecipada e os incêndios se intensificassem ainda no 1º semestre de 2024.

De janeiro até esta quinta, cerca de 6% de todo território do Pantanal foi consumido pelas chamas. Jacaré carbonizado, carcaças de animais expostas e o cinza tomou conta da vegetação que já foi verde. O retrato de destruição persiste, mesmo sem chamas.

Entre 1º de janeiro e 10 de julho deste ano, 3925 focos de incêndios foram registrados pelos satélites do Inpe. No mesmo período de 2020, pior ano em relação com as queimadas para o bioma, foram 2761 pontos de calor. A comparação mostra um aumento de 42%.

De acordo com a analista de Conservação do WWF-Brasil, Cíntia Santos, a temporada de fogo geralmente ocorre após o período de vazante, quando o bioma fica mais seco.

"O tempo de duração da temporada de fogo normalmente ocorre quando o período de cheia, que a gente chama de vazante, começa a escoar toda a água. E no período de vazante para seca, essa temporada do fogo ocorre, entre o final de junho a setembro", esclarece.

Mobilização de forças em emergência climática

KC-390: veja como é o avião da FAB usado contra incêndios pela 1ª vez no Pantanal

Mais de 500 profissionais, entre brigadistas do Ibama, ICMbio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas e militares do Corpo de Bombeiros, atuam de forma sistêmica para combater as chamas no bioma.

Ao todo 11 aeronaves são usadas no combate ao fogo, incluindo Air Tractors, helicópteros e o cargueiro KC-390. A estrutura ainda conta com 39 veículos, entre caminhonetes, caminhões e lanchas. Lembrando que a estrutura é usada de acordo com a demanda diária.

O KC-390 chegou em Corumbá para ajudar no combate aos incêndios no fim de junho. O modelo é o maior avião produzido na América Latina. A aeronave tem capacidade de armazenamento de 12 mil litros de água e é usada especificamente em desastres no Brasil. Veja a operação e como o avião é por dentro no vídeo acima.

Algumas cidades de Mato Grosso do Sul seguem em situação de emergência, após decreto do governo estadual.

No mês de junho, o bioma queimou mais de 13,5 mil hectares por dia; 565,3 hectares por hora, o que representa 9,4 hectares por minuto. Nem em 2020, quando incêndios consumiram 26% do bioma, foram registrados tantos focos de incêndio como em junho de 2024.

Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
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