O Partido Progressista (PP) trabalha para conseguir um contragolpe no PSDB para a eleição em Campo Grande. Após perder o apoio de Jair Bolsonaro, a líder do PP em Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP), costura um plano ousado, de trazer Capitão Contar (PRTB) para a campanha de Adriane Lopes (PP).
A reportagem apurou que Tereza e Adriane já se reuniram com Contar para falar da possibilidade de aliança, que poderia ser com ele de vice ou apenas para apoio, trabalhando com vitrine da "direita unida em Campo Grande".
O diálogo retrata as mudanças que a política pode realizar em pouco tempo. Na última eleição, para o governo, foi Tereza a responsável por segurar Jair Bolsonaro (PL) para não apoiar Contar no segundo turno. Depois, Adriane Lopes escolheu Eduardo Riedel (PSDB) no segundo turno contra Contar.
Menos de dois anos depois, Tereza está em lado oposto ao PSDB, defendendo Adriane, e teve como principal golpe a união de Jair Bolsonaro com Reinaldo Azambuja (PSDB) e Riedel, mesmo depois de prometer segui-la na Capital.
Sem Bolsonaro, e com pesquisas indicando Contar como um representante da direita em Campo Grande, Tereza não se intimidou e chamou para a conversa, que continua rolando. O PRTB não tem tempo na propaganda política, mas na conta do PP, Contar seria importante para buscar os votos de bolsonaristas insatisfeitos com a parceria do PL com Beto Pereira (PSDB).
A decisão de Contar passa por uma preocupação com Bolsonaro, já que estará em lado oposto e tem expectativa de ser apadrinhado pelo ex-presidente na próxima eleição, quando tem planos até de disputar o Senado. Neste caso, caberia a Tereza pedir para Bolsonaro a liberação de Contar, convencendo-lhe de que teria duas possibilidades de vitória na Capital.